Polícia Civil conclui que queda de rocha em Capitólio não tem culpados e que foi um "evento natural"

O desabamento de uma rocha no Lago de Furnas, Minas Gerais, deixou 10 pessoas mortas

Escrito por Redação ,
Lanchas e homem do corpo de bombeiros no Capitólio
Legenda: A tragédia que vitimou dez pessoas, após o desabamento de um paredão de rochas, no Capitólio, em Minas Gerais
Foto: HANDOUT / MINAS GERAIS FIRE DEPARTMENT / AFP

A Polícia Civil informou que não existem culpados pelo deslizamento de cânion, em Capitólio. De acordo com as informações do G1, a corporação disse que o acidente foi um "evento natural" e pediu o arquivamento do inquérito, pois "não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda da rocha". 

Segundo a Polícia Civil, não foram identificados responsáveis: "nós averiguamos eventuais irregularidades do empreendimento, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da placa rochosa, se houvesse indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado", afirmou o delegado regional de Passos, Marcos Pimenta. 

Veja também

 

Apesar de não ter indiciado ninguém, a Polícia Civil elaborou dez sugestões que serão encaminhadas aos órgãos e às instituições responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da região para melhorar a segurança do local

Entre as sugestões estão o mapeamento das zonas de risco, a redução do número de embarcações permitidas nos cânions, o uso obrigatório de coletes salva-vidas em toda a represa e a proibição de passeios turísticos após advertências da Defesa Civil. 

Sugestões da Polícia Civil: 

  • Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ ou outros profissionais especializados no ramo e sua demarcação em campo e em planta;
  • Redução no número de embarcações nos cânions, que deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro;
  • Implementação do selo de identificação nas embarcações;
  • Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações, sendo que o controle/ cadastro deverá ser armazenado/ disponibilizado nos respectivos píeres;
  • Uso obrigatório de colete salva-vidas em toda a represa e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes;
  • Maior integração entre os órgãos/ instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos;
  • Proibição de passeios turísticos na região quando houver comunicação de advertência pela Defesa Civil;
  • Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental;
  • Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos;
  • Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança. 

Desabamento de um paredão de rochas

O desabamento de uma rocha no Lago de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas Gerais, ocorreu no dia 8 de janeiro deste ano e deixou 10 pessoas mortas. Erosão do solo e infiltrações de água das fortes chuvas que atingem todo o estado de Minas Gerais podem ter sido as responsáveis pelo acidente, segundo apontaram especialistas. 

 

Assuntos Relacionados