Cinco erros que explicam o rebaixamento do Ceará para a Série B
Vovô caiu entrando no Z4 apenas na última rodada
O rebaixamento do Ceará na Série A 2025 é daqueles episódios inacreditáveis na história do futebol, pelo roteiro, extremamente cruel com a torcida alvinegra.
Um clube que fez 90% da Série A de forma regular, com uma campanha segura, fraquejou na reta final e incrivelmente foi rebaixado estando apenas uma rodada no Z4: a última.
Um roteiro que a torcida alvinegra não merecia, pelo amor de devoção ao clube, provada mais uma vez com 50 mil pessoas no Castelão para apoiá-lo na última rodada contra o Palmeiras.
A verdade é que o Vovô cometeu erros decisivos para a queda inacreditável.
Veja os 5 erros que resultaram na queda alvinegra
1) Ataque ineficiente
O Ceará teve uma média inferior a um gol por jogo na Série A. Foram 33 gols em 38 rodadas. Terminar com o segundo pior ataque, só com mais gols que o Sport, que caiu com 17 pontos é sintomático.
Desde sempre mostrou muita dificuldade em marcar gols, concentrando em Pedro Raul e Galeano ao longo da campanha, mas até eles oscilaram bastante e viveram jejuns de gols com o time.
Os demais, contribuiram ainda menos, como Fernandinho, Pedro Henrique, Paulo Baya.
Os meias também oscilaram, como Mugni e Vina, contribuindo pouco ofensivamente.
2) Contratações ruins
A janela do Ceará foi ruim. Sem dinheiro para investir em jogadores de mais qualidade, que chegassem para elevar a qualidade do grupo, o Vovô contratou Vina, Zanocelo, Paulo Baya, Lucca e Rodriguinho.
Vina chegou com status de estrela, com divisão da torcida para sua contratação, mas não fez a diferença, e ainda teve uma expulsão decisiva contra o Inter no Castelão, ao ser derrotado por 2x1.
Aquele jogo era o da permanência do Ceará na Série A. Mas Vina colocou tudo a perder com sua expulsão, até porque o Inter foi rival direito pela permanência até a última rodada.
Exceto Zanocelo, os demais fizeram pouco para contribuir com o time.
3) Elenco limitado
O elenco do Ceará era limitado. Se a equipe titular foi competitiva na maioria dos jogos, faltavam peças de reposição.
Na lateral-esquerda, se Matheus Bahia não jogasse, era um drama com um reserva como Nicolas.
Na zaga, se Willian Machado ou Marcos Victor fossem desfalque, a entrada de Marllon reduzia bastante o nível.
No setor de contenção, faltou um volante mais regular para jogar ao lado de Dieguinho. Richardson, Lourenço, Fernando Sobral e Zanocelo se revezaram, mas mostraram limites para uma Série A.
E na frente, o problema foi amplificado. O time dependia muito do centroavante Pedro Raul, que fez 10 gols, mas passou muitos jogos em branco ou contribuindo pouco.
O time não teve um centroavante no banco capaz de disputar a posição com ele ou ser testado na má fase dele: Aylon, Lucca e Guilherme não conseguiram sequencia alguma.
Galeano foi útil, o mais regular do ataque, pela entrega, mas não podia jogar sozinho na direita. Ele foi até o limite físico.
E na esquerda, o problema crônico: Pedro Henrique, Fernandinho, Rodriguinho, Paulo Baya... Eles se revezaram e foram mal. Exceto Pedro Henrique, com lampejos, os demais só irritaram a torcida.
A partida final contra o Palmeiras mostrou a limitação clara do elenco, de um time que não conseguiu se impôr em casa contra um time reserva e desentrosado.
4) Faltou sentimento de urgência
O Ceará passou a Série A praticamente toda entre a 9ª e a 12ª colocação. A campanha foi segura, foi consistente, mas se manter o tempo todo na zona da 'marola' da tabela, deixou o clube, com uma falsa segurança e calmaria.
O clube chegou a ter 9 pontos de vantagem para o Z4, mas ela ruiu nas rodadas finais, ao ao falhar em momentos decisivos, caiu de rendimento e teve uma derrota chave para o Internacional, no Castelão, com Vina sendo expulso com 4 minutos de jogo.
A partir daí, o futebol do Ceará sumiu, com a equipe ficando apática e sem a ambição e entrega dos adversários, como Fortaleza e Vitória.
Os 4 jogos finais, contra Mirassol, Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras, foram apáticos e sem o senso de urgência necessário. Jogadores que foram bem ao longo da campanha, cairam muito mentalmente nas rodadas finais.
Contra Palmeiras, a equipe foi apática, e perdeu uma partida em que saiu na frente e não teve controle emocional pelo menos o empate.
5) Desempenho em casa
O Ceará sempre foi um mandante forte na Série A. Mas em 2025, o rendimento foi ruim, o segundo pior, só à frente do Sport, rebaixado em último com 17 pontos.
Foram míseros 26 pontos em 19 jogos, com apenas 7 vitórias. Foram 12 tropeços, alguns inacreditáveis, como diante do Juventude com gol no último minuto, e derrotas contra equipes fracas, como Inter, Corinthians e Atlético Mineiro.
A reta final foi terrível com 4 jogos em casa sem vencer, com derrotas para Juventude, Botafogo, Inter e empates contra Fortaleza e Cruzeiro.
E a derrota do Palmeiras 'B' foi uma mostra disso. A equipe abriu o placar, mas ao sofrer o empate se perdeu completamente, sendo derrotado.