PF investiga fraudes na FGV e realiza buscas contra integrantes de família fundadora da instituição
Fundação Getúlio Vargas teria sido usada em esquemas de corrupção
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (17), uma operação com foco em esquema de corrupção, fraudes a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Chamada de 'Sofisma', ela investiga a Fundação Getúlio Vargas (FGV), instituição de ensino e pesquisa famosa em todo o Brasil.
Segundo nota do órgão, Ricardo Simonsen, MariaI Inês Norbert Simonsen e Rafael Norbert Simonsen são três alvos das buscas da operação. Os três fazem parte da família Simonsen, responsável por fundar a FGV em 1944.
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O total de 29 mandados de busca e apreensão foi cumprido pelos agentes da PF no Rio de Janeiro e em São Paulo, incluindo a sede da FGV em Botafogo, no Rio.
Até a última atualização desta matéria, a instituição não tinha se pronunciado sobre o caso.
Esquema de fraude
As investigações, que tiveram início em 2019, mostram que a FGV teria sido utilizada por órgãos federais e estaduais para fabricar pareceres mascarando o desvio de finalidade de diversos contratos.
"A entidade superfaturava contratos realizados por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela", informou a PF em nota.
Para o funcionamento do esquema, executivos da Fundação teriam diversos offshores em paraísos fiscais como a Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas. Nesse caso, a polícia usa a hipótese de lavagem de capitais, evasão de divisas e ilícitos fiscais.
A pena dos investigados, segundo informou a própria PF, pode chegar a quase 90 anos de prisão. Os mandados da manhã desta quinta foram expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, que também emitiu ordens de sequestro e cautelares restritivas.