Nota fiscal de compra de arsênio é encontrada em celular de nora suspeita de envenenar bolo no RS, diz Polícia

Documento mostra o nome de Deise Moura dos Anjos como destinatária da transação. Três pessoas morreram após comer doce

Montagem mostra imagens de Deise Moura dos Anjos e bolo envenenado. Nota fiscal de compra de arsênio é encontrada em celular de nora suspeita de envenenar bolo no RS, diz Polícia
Legenda: Mulher é suspeita de contaminar farinha usada no bolo, preparado por sogra
Foto: reprodução

A Polícia Civil detalhou que uma nota fiscal de compra virtual de arsênio foi encontrada no celular da nora suspeita de envenenar um bolo feito pela sogra, resultando na morte de três pessoas da mesma família, em Torres, no Rio Grande do Sul. O documento mostra o nome de Deise Moura dos Anjos como destinatária da transação e identifica o produto adquirido como sendo o composto químico encontrado nas vítimas.

A nota foi divulgada pela emissora RBS TV, na madrugada desta segunda-feira (13). Segundo os investigadores, a mulher comprou arsênio em quatro ocasiões em um período de quatro meses. Uma delas aconteceu antes da morte do sogro, registrada em setembro de 2024. Em análise realizada neste mês, após exumação do corpo do homem, a perícia constatou a presença da substância no cadáver.

As outras três compras do produto aconteceram antes da morte das três pessoas que consumiram o bolo envenenado, em dezembro do ano passado. Conforme as autoridades, Deise teria recebido o veneno pelos Correios

Nota fiscal de compra de arsênio no nome de Denise Moura dos Anjos
Foto: reprodução/RBS TV

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'Homicídios em série'

A Polícia Civil afirma haver "fortes indícios" de que a suspeita tenha praticado outros envenenamentos e não descartas novas exumações. Conforme a RBS TV, a suspeita é que a mulher possa estar envolvida no falecimento do pai, identificado como José Lori da Silveira Moura, que morreu em 2020, supostamente por cirrose.

"A gente não tem dúvida de que se trata de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídios em série, e que durante muito tempo não foi descoberta, e durante muito tempo tentou apagar provas que pudessem levar a atribuição de culpa a ela", declarou a delegada regional do Litoral Norte do RS, Sabrina Deffente. 

Deise foi detida no último dia 5, suspeita de ter usado arsênio para envenenar o bolo de Natal comido pela família. As três pessoas que morreram foram as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva; e a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.

A sogra da presa, Zeli dos Anjos, foi quem preparou a sobremesa e também passou mal após consumir o doce, sendo internada. Ela recebeu alta na última sexta-feira (10), segundo o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. Uma criança de 10 anos e o marido de Maida também foram hospitalizados, mas também já foram liberados. 

A defesa da nora alegou, à emissora, que "as declarações divulgadas ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso" e que "aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação".

Suspeita tentou convencer família a cremar sogro

Após o falecimento de Paulo Luiz dos Anjos, a nora chegou a trocar mensagens com a sogra para ela não seguir adiante com a apuração acerca da morte dele, sugerindo a cremação do corpo

Exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) constataram o envenenamento de Paulo por arsênio, após o corpo dele ser exumado, na última quarta-feira (8). Inicialmente, a morte dele foi registrada como infecção intestinal em setembro de 2024, após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele por Deise. 

Investigações

Deise Moura dos Anjos é suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Segundo informações policiais, ela está presa no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Em meio às investigações, uma perícia no celular de Deise constatou que ela pesquisou na internet por "veneno para o coração" e "veneno para humanos" enquanto estava na casa da sogra. As buscas foram realizadas no dia 18 de novembro, enquanto termos relacionados a "arsênio" foram pesquisados por ela cerca de 100 vezes.

Presa temporariamente, a mulher confessou em depoimento à Polícia Civil que mantinha um relacionamento conturbado com a sogra. As informações são do g1. A suspeita disse ter desavenças com Zeli por questões financeiras e outras situações que vivenciaram. Ela chegou a revelar que chamava Zeli de "naja" e a sogra teria bloqueado a nora nas redes sociais após um desentendimento. Apesar dos conflitos, Deise negou envolvimento no crime. 

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