'Minha alma tá lavada', diz mãe de estudante da USP ao descobrir morte de suspeito do crime
Assassinato do homem aconteceu horas após a Polícia divulgar foto dele

A mãe da estudante Bruna Oliveira da Silva, assassinada em São Paulo na última semana, revelou estar aliviada e de "alma lavada" com a notícia de que o suspeito do crime foi encontrado morto.
A Polícia Civil localizou o corpo de Esteliano José Madureira, de 43 anos, na noite dessa quarta-feira (23), na Avenida Morumbi. O homem estava envolto em uma lona azul com as pernas atadas. Conforme o boletim de ocorrência, ele foi esfaqueado mais de 10 vezes, no tronco, no tórax, no abdômen, na nuca e na região anal.
Devido à quantidade e gravidade das lesões, a polícia apontou que a morte se deu de forma "dolorosa, com emprego de tortura".
"Eu não sinto muito em falar, porque está no meu coração isso: como eu estou feliz”, disse a mãe da estudante ao Metrópoles. “E eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, o corpo ia aparecer. E tinha que aparecer para eu ter certeza. Minha dor não vai diminuir, mas a minha alma tá lavada", afirmou Simone da Silva, mãe de Bruna, ao jornal.
"Ele nunca mais vai matar nenhuma mulher. Nunca mais vai assaltar, machucar nenhuma mulher", completou Simone.
Em nota ao Diário do Nordeste, na manhã desta quinta-feira (24), a Polícia Civil paulista detalhou que o homem foi achando enquanto agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizavam diligências para capturá-lo, após ter a prisão temporária decretada pela Justiça.
Na residência do suspeito, a Polícia Civil apreendeu diversos objetos, que foram encaminhados para a perícia.
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Caso Bruna Oliveira da Silva
A estudante de mestrado da USP foi encontrada sem vida, na última quinta-feira (17), nos fundos de um estacionamento próximo ao terminal de ônibus da estação de Itaquera. Ela estava somente de roupas íntimas e tinha marcas de agressão sexual.
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) na sexta (18), onde a família confirmou a identidade ao reconhecer as tatuagens dela.
Em imagens de câmeras de segurança, divulgadas no domingo (20), é possível observar os últimos momentos de vida de Bruna Oliveira da Silva. Nas gravações, a jovem aparece indo em direção a sua casa, localizada a 20 minutos a pé da estação.
Na sequência, é vista em mais um trecho do trajeto, mas, logo em seguida, desaparece. Este é o momento no qual a Polícia acredita que a vítima foi capturada pelo suspeito.
Ela teve o desaparecimento registrado na manhã de 14 de abril, após passar o fim de semana na casa do namorado, no bairro do Butantã, na Zona Oeste da Capital paulista.
A estudante foi vista pela última vez em 13 de abril, na estação Corinthians-Itaquera. Na data, ela ligou para a mãe, Simone da Silva, que lhe enviou uma transferência via Pix para pagar um carro de aplicativo, ao informar que havia perdido o ônibus e que estava com pouca bateria no celular. O último acesso foi registrado às 22h20.
A jovem era estudante de mestrado em Mudança Social e Participação Política na USP e deixou um filho de 7 anos. Segundo a família, ela era feminista e lutava contra a violência de gênero.
"Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Era muito contra a violência contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como mais temia e como eu mais temia. Aí pergunto: 'Por que não fui eu?'. A dor seria bem menor", desabafou Simone, mãe de Bruna.
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