Nora acusada de envenenar bolo chamava sogra de 'naja', mas nega participação no crime; veja detalhes do depoimento

Deise Moura dos Anjos também teve conflitos com a sobrinha da sogra, que morreu após comer o bolo envenenado

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(Atualizado às 20:37)
Investigação apontou presença de arsênio no bolo
Legenda: Investigação apontou presença de arsênio no bolo
Foto: Reprodução/Redes sociais

Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente sob suspeita de envolvimento na morte de três pessoas por envenenamento em Torres, Rio Grande do Sul, confessou em depoimento à Polícia Civil que mantinha um relacionamento conturbado com a sogra, Zeli dos Anjos, que também foi envenenada e segue internada na UTI. As informações são do g1.

A suspeita disse que tinha desavenças com a sogra por questões financeiras e outras situações que vivenciaram. Ela chegou a revelar que chamava Zeli de "naja" e a sogra teria bloqueado a nora nas redes sociais após um desentendimento. Apesar dos conflitos, Deise negou envolvimento no crime. 

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O caso ocorreu no dia 23 de dezembro de 2024, quando a família se reuniu para comer um bolo, como parte da tradição natalina da casa. Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, ao provarem o bolo, os familiares perceberam que o gosto estava estranho, com "sabor apimentado e desagradável". Ao notar que algo estava errado, Zeli dos Anjos, que cozinhou o bolo, ordenou que os parentes parassem de comer.

Irmã de Zeli, Neuza Denize da Silva dos Anjos, 65, morreu no mesmo dia, por choque após intoxicação alimentar. No dia seguinte, a terceira irmã, Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, e a filha dela, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, também faleceram. Durante o depoimento, Deise revelou que, na época do seu casamento, também teve desentendimento com Tatiana Denize, uma das vítimas.

POLÍCIA INVESTIGA RELAÇÃO DE NORA COM MORTE DO SOGRO EM SETEMBRO DE 2024

A polícia também está investigando se Deise teve relação com a morte do sogro, Paulo, em setembro de 2024. Ele faleceu após uma intoxicação alimentar e a nora teria feito pesquisas sobre venenos fatais para seres humanos. Segundo ela, a pesquisa foi feita após o óbito e foi motivada por dúvidas sobre a causa.

No depoimento, Deise relatou que Zeli e Paulo consumiram, em setembro, bananas que haviam sido atingidas pela enchente em Canoas. Após o comerem o alimento, eles passaram mal e foram atendidos no hospital. 

Ambos relataram ter sentido "algo apimentado ou dormência na boca, como foi o que ocorreu agora no dia 24/12", disse a suspeita. Zeli conseguiu se recuperar, mas Paulo faleceu.

SUSPEITA PESQUISOU POR 'ARSÊNIO' NA INTERNET

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, Deise fez buscas na internet relacionadas a venenos e substâncias químicas letais. Além de ter pesquisado após a morte de Paulo, ela voltou a pesquisar os termos no Natal.

Deise teria pesquisado sobre substâncias químicas letais, incluindo um reagente químico que, conforme relato da suspeita, teria sido apontado por um médico como possível causa dos óbitos. Durante o velório de uma das vítimas, ela também teria pesquisado sobre sintomas associados às mortes, o que, segundo seu depoimento, levou a informações sobre arsênio.

 

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