MPF investigará André Valadão por homofobia após incitar fiéis contra pessoas LGBTQIA+

"Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês", disse o pastor

Escrito por Redação ,
André Valadão tenta se justificar após incitar fiéis contra pessoas LGBTQIA+
Legenda: André Valadão é líder religioso e alvo de investigação pelo MPF
Foto: Reprodução/Youtube

O líder religioso e pastor André Valadão é alvo de críticas novamente. Desta vez, o pastor incitou fiéis para "resetarem" a comunidade LGBTQIA+, no domingo (2). Em vídeo nas redes sociais, Valadão justificou que a declaração não tem a ver com morte, mas com o comportamento das pessoas. 

Em culto nos Estados Unidos, transmitido para um público brasileiro pela internet, Valadão disse que "é hora de tomar as cordas de volta. Pode parar, reseta!. Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês", disse. 

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Após as críticas, o líder religioso utilizou o Instagram para se pronunciar sobre o ocorrido. “Nunca será sobre matar, segregar, mas será sim sobre resetar, levar de volta a essência, ao princípio…. Sim, cabe ao que crê em Jesus levar a mensagem do recomeço, reset, reinício, nascer de novo e viver não mais para si, mas para Deus e suas leis", declarou. 

Em seguida, o pastor reiterou que não é isso que Deus prega. "Nunca será sobre matar pessoas, Deus nos livre deste terrível pecado, violência ou discriminação, mas sobre a liberdade de viver o que crê. A série Censura Não é sobre isso, e a cada dia que passa vemos leis, mídias, educação e um sistema mundial tentando acoar a verdade da fé que um cristão genuíno carrega", afirmou. 

Na tarde desta segunda-feira (3), conforme a Folha de S. Paulo, o Ministério Público de Minas Gerais abriu um inquérito para investigar o pastor. O pedido foi protocolado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). A parlamentar pede ainda que os posts e vídeos sejam excluídos das redes sociais. 

O senador Fabiano Contrato (PT-ES) informou, no Twitter, que irá representar junto ao Ministério Público Federal criminalmente o pastor devido às falas no culto do último domingo. "Por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão", escreveu. 

Repercussão nas redes

O nome "André Valadão" segue, nesta segunda-feira (3), entre os assuntos mais comentados do Twitter. "Mais uma vez ele tá distorcendo a palavra de Deus para cometer atos homofóbicos", escreveu um internauta nas redes. Outro usuário da rede social também criticou o pastor. "Jesus disse que é pra amar o próximo, já o Pastor André Valadão pregou pra exterminar homossexuais", escreveu.

"Qual parte da frase de Jesus "não julguem, para que vocês não sejam julgados" não foi compreendida por esse cara? Valadão vai incentivar que evangélicos matem LGBTQIA+ e vai ficar por isso mesmo? A cada barbaridade que passa em branco o ódio avança no retrocesso civilizatório", questionou outro internauta. 

Ministério Público Federal

Após ocorrência, o Ministério Público Federal (MPF) vai investigar André Valadão por suposto crime de homotransfobia. Além disso, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) abriu inquérito contra o líder religioso por falas contra a comunidade LGBTQIA+.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou um culto feito por Valadão em junho. "Considero que hoje é o mês que Deus mais repugna na humanidade", disse o pastor. Conforme a Folha de S.Paulo, Hilton pediu que os posts e vídeos sejam excluídos das redes sociais.

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