Moradores enfrentam 3º dia de alagamentos no Jardim Pantanal, zona leste de SP, após chuvas intensas
O prefeito da cidade, Ricardo Nunes, acredita que a única solução para o problema histórico é a remoção das famílias que moram no bairro
Devido às chuvas que caem em São Paulo desde a semana passada, um distrito da zona leste da capital paulista amanheceu alagado nesta segunda-feira (3). É o terceiro dia seguido de inundações na região, que fica localizada em uma área de várzea do rio Tietê.
Segundo o G1, em 2023, o prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), prometeu construir um pôlder — planície protegida por diques contra inundações — para tentar minimizar as enchentes, mas a obra ainda não foi executada.
O vice-prefeito Ricardo Mello Araújo (PL) chegou a visitar a região na manhã desta segunda-feira, mas foi alvo de protestos de moradores. "Estamos com toda a estrutura montada para atender à comunidade. Alimentação: marmitas serão entregues, cestas básicas, colchões. Nós temos o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil presentes. As comportas [do rio Tietê] não serão abertas e estão sendo controladas pelos técnicos da área", disse o gestor ao G1.
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Jardim Pantanal
No Jardim Pantanal moram cerca de 45 mil pessoas. E, conforme o G1, a região sofre alagamentos desde os anos 80.
A área é localizada na beira do rio Tietê e deveria ser considerada de Proteção Ambiental (APA), onde são proibidas construções de casas e ruas. No entanto, devido ao crescimento desordenado da cidade, muitas famílias e comunidades construíram a vida na região.
Moradores protestam
Segundo a Folha de S. Paulo, cerca de 60 moradores do Jardim Pantanal bloquearam a rodovia Ayrton Senna na tarde desta segunda, em protesto devido aos alagamentos causados pelas enchentes. A pista ficou bloqueada por 30 minutos e só foi desobstruída após a Polícia Militar usar bombas de efeito moral.
O prefeito da cidade, Ricardo Nunes, afirmou que vai incentivar que os moradores deixem o bairro, uma vez que, para ele, esta é a única solução para os alagamentos. "Toda vez que chover, vai acontecer isso. [...] É praticamente impossível querer ir contra a força da natureza", disse o gestor.