Lula visita o Rio Grande do Sul após temporais; chuva já deixou 10 mortos e 21 desaparecidos
Há, ainda, 4,4 mil desalojados e desabrigados no estado, segundo a Defesa Civil
Está prevista para esta quinta-feira (2) uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio Grande do Sul, a fim de verificar os efeitos das fortes chuvas que afetaram mais de 100 cidades nos últimos dias. Segundo o próprio chefe do Planalto, uma conversa inicial já ocorreu com o governador gaúcho Eduardo Leite.
Até o momento, já foram contabilizados 10 mortos, 21 desaparecidos e 11 feridos, de acordo com informações da Defesa Civil. Há, ainda, 4,4 mil desalojados e desabrigados no estado, que enfrenta inundações, quedas de barreiras e deslizamentos de terra. O RS seguirá com temporais por, pelo menos, mais 36 horas, diz a previsão do tempo.
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"Hoje conversei novamente com o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, para saber da situação das fortes chuvas no estado. Amanhã vou pessoalmente ao Sul para verificarmos a situação e o trabalho conjunto dos ministros com o governo do estado", afirmou Lula, nesta quarta-feira (1º), pelas redes sociais.
Hoje conversei novamente com o governador @EduardoLeite_, do Rio Grande do Sul, para saber da situação das fortes chuvas no estado. Amanhã vou pessoalmente ao Sul para verificarmos a situação e o trabalho conjunto dos ministros com o governo do estado. pic.twitter.com/wWORHknv14
— Lula (@LulaOficial) May 1, 2024
A Força Aérea Brasileira (FAB) também deve enviar oito helicópteros para auxiliar os trabalhos emergenciais no estado, e aguarda apenas uma melhora das condições meteorológicas para levantar voo.
A comitiva presidencial no Sul dará seguimento a reuniões realizadas nesta quarta sobre o assunto, e deve contar com os ministros Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação, que é gaúcho; Rui Costa, da Casa Civil; Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional e Integração; e Renan Filho, dos Transportes; além do comandante do Exército, general Tomás Paiva.
Resgate complexo
Em coletiva de imprensa nesta quarta, Eduardo Leite admitiu que as ações de resgate encontram limitações diante dos temporais. "Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. O estado tem tido dificuldades para acessar as localidades", disse Leite.
O governador ainda reforçou a necessidade de ajuda federal neste momento. "É um momento de enfrentamento como de uma guerra, que não tem um inimigo a ser combatido, mas que tem obstáculos críticos para serem superados", afirmou.
O gestor comentou que o estado tem um plano de evacuação da região da barragem Quatorze de Julho na Serra do RS, que está sob risco de rompimento.
"Caso continuem as chuvas, nós podemos ter um risco real de rompimento dessa barragem. Municípios que são afetados são Cotiporã, São Valentim, Santa Bárbara, Santa Teresa, Muçum", alertou.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as barragens estão sendo monitoradas nesse contexto dos temporais. A da Usina Hidrelétrica Dona Francisca, por exemplo, já teve o Plano de Ação de Emergência acionado.
"Vale informar a população que o alerta hidrológico reduziu para o nivel de atenção e as medidas operacionais adotadas na cascata foram bem sucedidas, mas o monitoramento continua diante da previsão de chuvas nos próximos dias", disse o órgão em nota.
A usina 14 de Julho, nos municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves, também entrou em estado de alerta e originou as devidas medidas de segurança em curso.