Justiça nega soltura de advogada envolvida em envenenamento de ex-sogro e mãe dele
Magistrado destacou 'desprezo pela vida humana' da suspeita e disse que provas são suficientes para mantê-la na prisão
A advogada Amanda Partata teve o pedido de soltura negado pela Justiça nesse sábado (23). Ela foi presa nesta semana por suspeita de ter matado o ex-sogro e a mãe dele envenenados. A defesa de Amanda alegou que houve fundamentação genérica para a prisão e que o ato foi "ilegal".
Na decisão, o juiz plantonista da Câmara Criminal, Silvânio Divino de Alvarenga, destacou a "crueldade" da suspeita e disse que ela tem "total desprezo pela vida humana". "Não podemos perder de vista, que a paciente possui um total desprezo para com a vida humana. Inclusive, as vítimas eram pessoas do seu convívio, o que evidencia a sua crueldade", diz o texto.
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O magistrado também apontou que há indícios suficientes da autoria do crime para manter Partata presa e negou o pedido para que o processo seja colocado em segredo de Justiça.
Entenda o caso
Amanda Partata foi presa na última quarta-feira (20) e está, desde então, na Casa do Albergado, em Goiânia. As mortes ocorreram no domingo anterior, dia 17 de dezembro.
Na data, Amanda foi até a casa do ex-sogro Leonardo Pereira Alvez, de 56 anos, para um café da manhã. Lá, estava também a mãe de Leonardo, Luzia Alves, de 86 anos, e o marido dela.
Ela levou doces e outros alimentos, que foram coletados pela Perícia para averiguação. Uma das hipóteses levantadas pela Polícia Civil é de que o material que envenenou as vítimas tenha sido colocado no suco.
Mais de 300 pesticidas são procurados nos alimentos, mas as autoridades policiais também investigam a possibilidade do envenenamento ter ocorrido por outra via.
Apenas três horas após comerem os alimentos, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais e foram internados no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas acabaram não resistindo.
Para a polícia, Amanda teria sido motivada a cometer o crime por um "sentimento de rejeição" por conta do relacionamento entre ela e o filho de Leonardo Pereira Alves. Ela e o ex-namorado mantiveram o relacionamento por 45 dias e terminaram em agosto.
Apesar disso, ela continuou a manter contato com os familiares do ex. A polícia também investiga perfis falsos que pertenceriam a Amanda e que eram usados para fazer ameaças ao ex-namorado e a possibilidade da advogado ter forjado exames para comprovar que estaria grávida.
Durante interrogatório, Amanda negou que seria autora do crime e disse "amar a família". Ela pode ser indiciada por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, com qualificadora por ser envenenamento. Ela também pode responder por tentativa de homicídio do avô do ex-namorado e marido de Luzia, que não ingeriu os alimentos do café da manhã.