Em Roraima, Lula promete transporte e saúde aos Yanomami e o fim do garimpo ilegal; entenda crise
Com casos graves de desnutrição e malária, Ministério da Saúde decretou emergência de saúde pública na região
O presidente Lula confirmou, durante viagem a Roraima, que irá levar transporte e atendimento médico aos indígenas Yanomami. Além disso, o novo chefe do Executivo nacional afirmou que vai pôr fim ao garimpo ilegal.
As informações são do portal G1.
Uma comitiva liderada pelo presidente visitou, neste sábado (21), a Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, em Boa Vista, onde o Ministério da Saúde estima haver cerca de 570 crianças mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome. As contaminações seriam causadas pelas atividades de garimpo ilegal na região.
Durante a viagem, Lula afirmou que a condição dos indígenas é "desumana". Ele também anunciou medidas para ajudar a população afetada.
Entre as iniciativas está a melhoria do transporte oferecido aos indígenas.
"É desumano o que eu vi aqui", disse Lula.
Além do transporte, o presidente afirmou que será montado um plantão médico nas aldeias. "Para que a gente possa cuidar deles lá", disse.
"Eu posso dizer para você é que não vai mais existir garimpo ilegal. E eu sei da dificuldade de se tirar o garimpo ilegal, já se tentou outras vezes, mas eles voltam."
Confira quem integrou a comitiva do presidente Lula em Roraima:
- Janja da Silva (primeira-dama)
- Wellington Dias (Desenvolvimento Social)
- Nísia Trindade (Saúde)
- Sônia Guajajara (Povos Indígenas)
- Flávio Dino (Justiça)
- José Múcio (Defesa)
- Silvio Almeida (Direitos Humanos)
- Márcio Macêdo (Secretaria-Geral)
- General Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional)
- Joênia Wapichana (presidente da Funai)
- Marcelo Kanitz Damasceno (comandante da Aeronáutica)
Situação de emergência
A situação de descaso em Roraima na reserva fez com que o Ministério da Saúde decretasse emergência de saúde pública na região.
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Após aterrissar às 9h49 na Base Aérea de Boa Vista, Lula e a comitiva de ministros se dirigiram para a Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, na zona rural de Boa Vista.
Indígenas recepcionaram o grupo e alguns seguravam cartazes com dizeres como "Vidas indígenas importam" e "Fora garimpo".
O anúncio das medidas emergenciais deve ser realizado após a visita na Casai. O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde faz parte da comitiva e afirmou ao g1 que o enfrentamento à desnutrição e à malária entre os Yanomami é prioridade.
Desde segunda-feira (16), técnicos do Ministério da Saúde foram enviados em missão oficial à Terra Indígena para fazer um diagnóstico da situação e resgataram pelo menos oito crianças Yanomami em estado grave por quadros severos de desnutrição e malária.
Apenas no ano passado, 99 crianças Yanomami morreram por desnutrição, pneumonia, diarreia e outras doenças agravadas pelo avanço do garimpo ilegal na região.