Caso Vitória: Polícia inclui pai da adolescente em lista de suspeitos do crime
Carlos Alberto Sousa se junta aos outros sete indivíduos investigados pelo homicídio. Um deles foi preso no sábado (8)
O pai da adolescente Vitória Regina Sousa, identificado como Carlos Alberto Sousa, foi incluído entre os suspeitos na investigação que apura o assassinato da jovem de 17 anos, encontrada morta em uma mata fechada a cerca de 5 quilômetros de onde morava, em Cajamar, Grande São Paulo. Ele se tornou alvo das autoridades no domingo (9), por apresentar "comportamento estranho" após o crime.
Além do familiar da vítima, outros sete indivíduos são investigados pela Polícia devido ao suposto envolvimento no homicídio. As informações são da revista Veja.
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A Polícia Civil de Franco da Rocha, responsável pela apuração do caso, afirma que o pai de Vitória apresentou um comportamento suspeito nos dias seguintes ao achado do corpo da filha, encontrado na última quarta-feira (5). Segundo o inquérito, Carlos teria pedido um terreno ao prefeito de Cajamar, Kauan Berto (PSD), durante o primeiro encontro dos dois depois do corpo ser localizado.
No dia do crime, o homem também deixou de buscar a filha no trabalho, como costumeiramente fazia, pois o veículo estaria à espera de conserto. O suspeito ainda teria omitido aos investigadores que Vitória ligou para ele na madrugada do dia do desaparecimento, em 27 de fevereiro, além de deixar de mencionar que a jovem queria se mudar, motivada por supostas brigas com a família.
O que diz o pai de Vitória?
Em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, no domingo, Carlos se defendeu das acusações: “Qual é o pai que, quando uma filha desaparece, não tenta falar com ela?”, questionou na conversa.
Já sobre o desejo de Vitória de mudar de endereço, ele explicou que a jovem queria morar com a irmã mais velha, que reside próximo ao shopping onde ela trabalhava. Como finalizava o expediente às 23h, Vitória supostamente queria reduzir o tempo de deslocamento até em casa.
No entanto, a investigação aponta que a adolescente vivia uma relação conturbada com os pais, devido ao envolvimento com o ex-namorado, Gustavo Vinicius Moraes, de 26 anos, que também é tratado como suspeito do homicídio.
Dono de carro é preso
O proprietário do carro visto no local do sequestro da jovem, identificado como Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos, foi preso no último sábado (8) pela Polícia. O veículo dele seria o Toyota Corolla de cor prata visto por testemunhas próximo à estrada de terra onde Vitória desapareceu, em 27 de fevereiro. Naquele dia, o automóvel estava emprestado para o antigo namorado da vítima, Gustavo Moraes, apontado como amigo de Maicol.
A investigação indica que Maicol era vizinho da família da adolescente e desapareceu na manhã seguinte ao sequestro dela. O homem teve uma ordem de prisão emitida contra ele após as autoridades identificarem divergências em seu depoimento — no qual alegou estar em casa com a esposa na noite do crime. No entanto, a própria companheira dele o desmentiu e disse estar na casa da mãe, e só viu o marido no dia seguinte.
Até a manhã desta segunda-feira (10), somente Maicon foi preso. Gustavo Moraes chegou a ter uma ordem de detenção solicitada pela Polícia, mas foi negada pela Justiça.
No entanto, o ex-namorado de Vitória se apresentou voluntariamente às autoridades na semana passada, quando relatou que não recebera as mensagens de Vitória pedindo carona na data do crime, além de detalhar que estava acompanhado de outra garota na ocasião. Porém, a triangulação das antenas de celular revelou aos investigadores que o homem esteve próximo ao local de desaparecimento da vítima, por volta das 0h35.
Desaparecimento, sequestro, tortura e morte
Vitória Regina, de 17 anos, ficou desaparecida por uma semana até ser encontrada sem vida na última quarta-feira. Ela sumiu na noite do dia 26 de fevereiro, após voltar do local onde trabalhava, o restaurante de um Shopping em Cajamar.
Imagens de câmeras de segurança e mensagens enviadas a uma amiga auxiliaram a Polícia a reconstruir os passos de Vitória até o desaparecimento dela. Após sair do trabalho, ela foi seguida por dois homens até um ponto de ônibus. Um deles subiu no transporte, mas não desceu na mesma parada que ela.
Ao voltar para casa, ela foi assediada por outros dois indivíduos que estavam em um carro. Segundo relatou a uma amiga, eles a chamaram de "vida" e perguntaram se ela estaria indo ao local onde morava.
Após enviar as mensagens, Vitória desapareceu. A amiga tentou entrar em contato, sem sucesso. Quando foi encontrada, a adolescente estava nua, com o cabelo raspado e sinais de perfuração por todo o corpo.
Na última sexta-feira (7), sete pessoas ligadas ao caso foram ouvidas pela corporação na sede do Grupo de Operações Especiais (GOE) do município de Franco Rocha. Uma dessas pessoas é o ex-namorado de Vitória, Gustavo Vinicius Moraes, de 25 anos, que na última quinta-feira (6) teve o pedido de prisão temporária negado pela Justiça do Estado.
Também na sexta-feira, a perícia forense realizou diligências em veículos usados por algumas das testemunhas no dia em que Vitória desapareceu. Os primeiros trabalhos ficaram concentrados em um Chevrolet Corsa, branco.
Conforme a Folha de S.Paulo, no veículo foi apreendida uma blusa rosa, um par de chinelos, os tapetes do carro e ferramentas. Fios de cabelos foram encontrados no porta-malas.
Vitória foi encontrada em uma mata fechada, a cerca de cinco quilômetros de distância de onde morava. O local onde também foi investigado pela Polícia Civil na tarde da última sexta.
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