Condenado pela morte do filho Bernardo, Leandro Boldrini foi selecionado para uma vaga no programa de residência médica do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), no Rio Grande do Sul. Mesmo cumprindo pena no regime semiaberto, não há nenhuma restrição legal que o impeça de exercer a medicina. As informações são do g1.
A residência escolhida por Boldrini foi na área de cirurgia do trauma. O resultado do processo seletivo foi divulgado nesta semana e a inscrição deve ser feita até esta quarta-feira (13). Até o momento, não houve a confirmação de que ele teria efetuado a vaga. As atividades do programa iniciam na sexta-feira (15).
O advogado do médico, Ezequiel Vetoretti, alegou que o fato diz respeito a assunto pessoal de seu cliente. O Conselho Regional do RS (Cremers) preferiu não se manifestar. O HUSM foi procurado, mas não deu retorno.
Em janeiro, Leandro Boldrini tentou ingressar na residência médica em coloproctologia, também pela Universidade Federal de Santa Maria. No concurso que havia somente uma vaga, ele ficou em quarto lugar.
RELEMBRE O CASO
Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão, em março de 2023, pela mentoria da morte do seu filho, Bernardo Boldrini. Leandro está preso preventivamente desde abril de 2014.
O corpo do menino Bernardo Boldrini foi encontrado, em abril de 2014, às margens de um córrego na cidade de Frederico Westphalen, vizinha a Três Passos, no Rio Grande do Sul, onde o garoto de 11 anos morava com o pai, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini e a meia irmã. Ele desapareceu no dia 4 de abril e, dez dias depois, o corpo foi localizado em uma cova em um matagal.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a madrasta Graciele ministrou o remédio Midazolan em Bernardo, com ajuda da amiga Edelvânia Wirganovicz. O menino morreu devido à dosagem e foi enterrado pelas duas. Leandro foi apontado como mentor e Evandro Wirganovicz como cúmplice.
Leandro havia sido condenado em 2019, mas a decisão foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), que aceitou a alegação de que houve quebra da paridade de armas durante o interrogatório do médico.
Em nova decisão judicial, o pai foi considerado culpado por homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido por ocultação de cadáver.
O casal e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram condenados em março de 2019 pelo homicídio qualificado e ocultação de cadáver, durante o julgamento que durou uma semana.
Graciele Ugulini tem previsão para progressão de regime para o semiaberto em 2026. Já Edelvânia e Evandro estão em regime semiaberto.