Programa de Jimmy Kimmel retorna e Trump critica

Atração foi temporariamente suspensa após o apresentador fazer comentários sobre a morte do ativista conservador Charlie Kirk

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(Atualizado às 13:14)
Imagem mostra apresentador Jimmy Kimmel
Legenda: Humorista esclareceu que não tinha o objetivo de menosprezar a morte de Kirk
Foto: Disney/Randy Holmes

O programa do humorista Jimmy Kimmel retornou à televisão americana, nessa terça-feira (23), após ser suspenso devido a pressões sobre os canais que o transmite. A volta foi criticada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou processar a emissora ABC, uma das que transmitem a atração.

Antes do episódio ir ao ar, o chefe de Estado acusou o canal de ser favorável à oposição, o partido Democrata, e afirmou que o apresentador do talk show é um membro do Comitê Nacional Democrata (DNC). 

"Acho que vamos testar a ABC por isto. Vamos ver como nos saímos. Da última vez que fui atrás deles, tiveram que me pagar 16 milhões de dólares [cerca de R$ 84,8 milhões, na cotação dessa terça]. Este parece ainda mais lucrativo", escreveu o republicano em sua rede social, a Truth Social.

O que aconteceu?

O talk show foi retirado do ar pela Disney, dona da ABC, na última quarta-feira (17). A decisão aconteceu horas após o governo de Trump ameaçar cancelar as licenças de transmissão devido a comentários do comediante sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.

"Tomamos a decisão de suspender a produção do programa para evitar agravar ainda mais a situação tensa em um momento emotivo para nosso país", disse a Disney em comunicado na segunda-feira (22), no qual considerou que alguns dos comentários de Kimmel foram "inoportunos" e "insensíveis".

A companhia detalhou que, após ter "profundas conversas" com o humorista, resolveu retomar o programa nessa terça.

Como foi o retorno de Kimmel à TV

Na atração, Kimmel criticou as ameaças de Trump, as quais classificou como "antiamericanas". "Não se pode permitir que nosso governo controle o que dizemos e o que não dizemos na televisão", declarou.

Na ocasião, ele esclareceu que não tinha o objetivo de menosprezar a morte de Kirk.

"Nunca foi minha intenção menosprezar o assassinato de um jovem", disse, com a voz embargada. "Também não foi minha intenção culpar qualquer grupo específico pelas ações do que era, obviamente, um indivíduo profundamente perturbado".

Veja também

O que Jimmy Kimmel falou sobre Charlie Kirk

O apresentador acabou provocando a ira de conservadores ao afirmar que aliados de Trump estavam tentando explorar politicamente o assassinato de Kirk, que faleceu ao ser baleado em um campus universitário em 10 de setembro.

"Tivemos alguns novos pontos baixos no fim de semana com a gangue MAGA [em referência ao movimento de Trump, 'Make America Great Again'] tentando desesperadamente caracterizar o jovem que assassinou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles e com tudo o que podem para tirar proveito político disso", disse Kimmel na ocasião.

O suspeito do assassinato do político republicano, Tyler Robinson, de 22 anos, se entregou às autoridades no dia seguinte ao crime e foi acusado de homicídio qualificado.

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