Centenas de milhares de pessoas se manifestaram na Itália nesta sexta-feira (3) em uma greve nacional em apoio à flotilha humanitária para Gaza e para denunciar a passividade do governo de Giorgia Meloni diante do bloqueio do território palestino.
"Fomos às ruas hoje para expressar a nossa discordância", disse à AFP Giordano Fioramonti, um estudante de 19 anos que se manifestou em Roma com seus colegas e professores.
"É um dever cívico mostrar o quanto estamos indignados e insatisfeitos com o que está acontecendo no mundo, com o nosso governo, mostrar nosso apoio à flotilha, especialmente à Palestina, ao povo de Gaza que está sendo morto, torturado e massacrado", acrescentou.
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Vários sindicatos convocaram a greve depois que a Marinha israelense interceptou os barcos da flotilha Global Sumud que tentavam entregar ajuda a Gaza.
Dezenas de italianos participaram da flotilha, incluindo quatro deputados e eurodeputados que foram libertados nesta sexta-feira.
Houve, também, brasileiros compondo a flotilha, como a deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT).
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De acordo com a Folha de São Paulo, Milão recebeu cerca de 100 mil pessoas nos atos, enquanto Roma chegou a reunir 200 mil manifestantes.
Os italianos pediram uma postura mais contundente da primeira-ministra, que evitou fazer críticas públicas à forma como Israel está lidando com o conflito em Gaza.
Giorgia Meloni chegou a criticar a flotilha e o movimento de protestos em prol da Palestina no país. Nas últimas semanadas, a Itália chegou a ter mais de 100 atos espalhados pelo país, conforme informações da Folha, com paralisação de serviços como transporte ferroviário, aeroportos e bombeiros.
Na segunda-feira da semana passada, dia 22, os atos chegaram a reunir meio milhão de pessoas. De acordo com pesquisas recentes, 72% dos italianos apoiam a flotilha e 55% defendem o reconhecimento do Estado da Palestina.