Gripe aviária H5N1 causa a primeira morte humana no estado de Louisiana nos EUA; entenda os riscos

Paciente também foi o primeiro caso grave de infecção humana pelo vírus H5N1 detectado no país norte-americano

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(Atualizado às 18:51)
Paciente da Louisiana, nos EUA, esteve exposto a aves doentes e mortas em um criadouro
Legenda: Paciente da Louisiana, nos EUA, esteve exposto a aves doentes e mortas em um criadouro
Foto: Shutterstock

Os Estados Unidos registraram a primeira morte humana relacionada à gripe aviária, conforme anunciaram as autoridades de saúde do estado da Louisiana nessa segunda-feira (6). A vítima foi um idoso com mais de 65 anos e era acometido por outras doenças.

O paciente foi o primeiro caso grave de infecção humana pelo vírus H5N1 detectado nos Estados Unidos. Ele havia sido hospitalizado devido a uma condição respiratória e estava em "estado crítico", segundo as autoridades de saúde que divulgaram a internação dele em dezembro.

O Departamento de Saúde da Louisiana (LDH) declarou, na segunda-feira, que o paciente contraiu o vírus H5N1 após ter sido exposto a aves domésticas e selvagens.

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"A extensa investigação de saúde pública realizada pelo LDH não identificou nenhum outro caso de H5N1 nem evidências de transmissão de pessoa para pessoa. Este paciente continua sendo o único caso humano de H5N1 na Louisiana", acrescentou o departamento em seu site.

Por essas razões, considera-se que o risco representado pela gripe aviária para a saúde pública permanece "baixo".

"As pessoas que trabalham com aves, aves domésticas ou gado, ou que estão expostas a esses animais como parte de suas atividades de lazer, correm maior risco", acrescentaram as autoridades.

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Epizootia

Há vários meses, os Estados Unidos enfrentam uma epizootia — o equivalente a uma epidemia entre os animais — de gripe aviária.

Simultaneamente, 66 casos de gripe aviária em humanos foram detectados no país, sendo a grande maioria deles leves. Outros casos podem ter passado despercebidos.

A análise genética revelou que o vírus H5N1 que infectou o paciente falecido era diferente daquele detectado em rebanhos de vacas leiteiras e em granjas avícolas.

Uma parte do vírus encontrada na garganta do paciente apresentava modificações genéticas que sugeriam que ele havia mutado dentro do organismo para se adaptar ao trato respiratório humano, conforme anunciado pelas autoridades de saúde americanas no final de dezembro.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mortes humanas relacionadas ao vírus H5N1 já foram registradas em outros países no passado.

O que é a gripe viária?

A gripe aviária A (H5N1) foi identificada pela primeira vez em 1996, mas desde 2020 os surtos em aves aumentaram drasticamente, afetando cada vez mais espécies de mamíferos.

Ministério da Saúde do Brasil define a influenza aviária como uma doença infecciosa que pode infectar aves e mamíferos, incluindo humanos.

Ainda conforme a pasta, quando os vírus estão em circulação entre aves, há sempre o risco de casos isolados em humanos devido à exposição direta a aves infectadas ou a ambientes contaminados. Por isso, controlar a doença nos animais é crucial para diminuir os riscos à saúde humana e ao meio ambiente. 

Manifestações clínicas

Progressão da doença

  • Quadro leve: pode se manifestar como uma infecção respiratória leve.
  • Evolução grave: rápida progressão para desconforto respiratório, pneumonia grave e, em alguns casos, óbito.

Sintomas comuns

  • Febre alta (maior ou igual 38 °C).
  • Tosse, seguida de dificuldade para respirar (dispneia) ou desconforto respiratório.

Sintomas relatados com maior frequência

  • Náusea
  • Vômito
  • Diarreia

Sintomas menos frequentes

  • Dor de garganta
  • Coriza

Outros sinais relatados incluem:

  • Dor abdominal.
  • Sangramentos nasais ou gengivais.
  • Encefalite.
  • Dor no peito.
  • Possíveis complicações
  • Pneumonia grave.
  • Insuficiência respiratória.
  • Falência de múltiplos órgãos.
  • Choque séptico.
  • Infecções secundárias (bacterianas ou fúngicas).

Transmissão

De aves para humanos

Aves infectadas podem liberar o vírus através da saliva, secreções, mucosas e fezes. Geralmente, o contágio em humanos acontece por exposição desprotegida (sem uso de EPI como luvas, máscaras, respiradores, roupas de proteção ou proteção ocular) a aves infectadas.

  • Contato direto: inalação de partículas ou gotículas contendo o vírus.
  • Contato indireto: toque em superfícies contaminadas seguido de contato com olhos, boca ou nariz.

Entre humanos

  • Transmissão pessoa a pessoa é extremamente rara e ocorre somente em situações de contato próximo e prolongado, sem proteção adequada.
  • Quando ocorre, a transmissão é limitada, ineficiente e não sustentada.
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