Um forte terremoto atingiu a remota região chinesa do Tibete, nesta terça-feira (7), matando pelo menos 95 pessoas e derrubando "muitos edifícios", informou a imprensa estatal. Os tremores também foram sentidos em países como Nepal e Índia. Vídeos publicados pela emissora chinesa CCTV mostram casas destruídas com paredes desabadas e escombros nas ruas onde equipes de resgate distribuíam cobertores a sobreviventes.
Segundo a central de terremotos chinesa, a magnitude foi de 6,8 e sua localização foi em Dingri, condado próximo à fronteira com o Nepal. O serviço geológico dos Estados Unidos estimou a magnitude em 7,1.
A televisão CCTV exibiu imagens de carros sob tijolos e clientes fugindo de um supermercado enquanto as prateleiras tremiam e os produtos caíam no chão.
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"No total, 95 pessoas morreram e 130 ficaram feridas" pelo sismo que ocorreu às 9h05, horário local, informou a agência de notícias Xinhua, que em um relatório anterior reportou 32 vítimas. Cerca de mil casas sofreram danos em diferentes graus, segundo a estatal.
O presidente chinês, Xi Jinping, apelou a "esforços de busca e resgate em grande escala, minimizando ao máximo as vítimas, realocando adequadamente os moradores afetados e garantindo sua segurança e bem-estar no inverno", acrescentou à rede de TV.
O Dalai Lama, figura máxima do budismo tibetano, que vive no exílio, disse estar "profundamente triste" com o ocorrido. "Ofereço as minhas orações por todos aqueles que perderam a vida e desejo uma rápida recuperação a todos os feridos", disse ele num comunicado.
O presidente russo, Vladimir Putin, enviou uma mensagem de condolências ao seu aliado, Xi Jinping, afirmando que a Rússia "compartilha a dor" do povo chinês.
A agência Xinhua garantiu que "as autoridades locais estão entrando em contato com várias cidades do condado para avaliar o impacto do terremoto". Também enviaram ajuda emergencial, como barracas de campanha, cobertores e outros materiais para resistir às intempéries da região, acrescentou a agência.
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Temperaturas negativas
As temperaturas durante o dia em Dingri rondaram os -8°C e devem cair para -18°C ao entardecer, segundo o instituto meteorológico da China. Este condado de alta altitude na região do Tibet tem cerca de 62 mil habitantes e fica na encosta chinesa do Monte Everest.
Embora os sismos sejam comuns nesta região, o desta terça-feira foi o mais intenso registrado em um raio de 200 quilômetros nos últimos cinco anos, informou o instituto sísmico chinês.
Zona de terremotos
O tremor também foi sentido na capital do Nepal, Catmandu, a mais de 200 km do epicentro, e no povoado de Lobuche, próximo ao acampamento base do Everest. "Aqui tremeu muito, todos estão acordados, mas não sabemos se houve danos", disse um funcionário do governo Jagat Prasad Bhusal, na região de Namche, perto do pico mais alto do mundo.
O porta-voz do Ministério do Interior do Nepal, Rishi Ram Tiwari, disse que nenhum dano ou morte foi relatado até agora, mas que as forças de segurança foram mobilizadas.
O Nepal está localizado em uma falha geológica onde a placa tectônica indiana pressiona a placa euroasiática, o que causou a formação da cordilheira do Himalaia e torna os terremotos frequentes na área.
Em 2015, quase 9 mil pessoas morreram e mais de 22 mil ficaram feridas devido a um sismo de magnitude 7,8 no Nepal que destruiu mais de 500 mil casas.
Os tremores desta terça-feira também atingiram o estádio indiano em Bihar, mas não há relatos de feridos.
Em janeiro de 2024, três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um terremoto de magnitude 7 na zona montanhosa da fronteira entre a China e o Quirguistão. Um mês antes, outro terremoto no noroeste da China matou 148 pessoas e deslocou milhares na província de Gansu. Foi o terremoto mais mortal no gigante asiático desde 2014, quando mais de 600 pessoas morreram na província de Yunnan, no sudoeste.