
Mark Zuckerberg anunciou, nesta terça-feira (7), que a Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp, encerrará o seu programa de verificação de fatos (fact-checking) nos Estados Unidos.
"Vamos eliminar os fact-checkers (verificadores de conteúdo) para substituí-los por notas da comunidade semelhantes às do X (antigo Twitter), começando nos Estados Unidos", escreveu o fundador e CEO da Meta, nas redes sociais.
O diretor-executivo afirmou que "os verificadores de fatos têm sido muito parciais politicamente e destruíram mais confiança do que construíram, especialmente nos Estados Unidos".
Além disso, o executivo bilionário anunciou que o Facebook e o Instagram "simplificariam" suas políticas de conteúdo para se livrar de "muitas restrições sobre tópicos como imigração e gênero que simplesmente não se conectam com o discurso dominante".
O anúncio da Meta vai de acordo com as críticas dos republicanos e do proprietário do X, Elon Musk, sobre os programas de verificação de fatos que muitos conservadores consideram censura.
Nesta terça (7), Musk celebrou a decisão e argumentou que "as eleições recentes (de 5 de novembro) parecem ser um ponto de inflexão cultural para, mais uma vez, priorizar a liberdade de expressão".
Veja também
Proximidade com Trump
A mudança de estratégia acontece no momento em que Zuckerberg tem feito esforços para se reconciliar com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, incluindo uma doação de US$ 1 milhão (R$ 6,1 milhões na cotação atual) para seu fundo de posse. O republicano assumirá o cargo na Casa Branca em 20 de janeiro.
Trump tem sido um crítico severo da Meta e de Zuckerberg nos últimos anos, acusando a empresa de apoiar políticas liberais e de ter uma visão tendenciosa contra os conservadores.
O republicano foi expulso do Facebook depois que seus partidários invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, em Washington, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória do rival democrata Joe Biden. No entanto, a empresa restabeleceu sua conta no início de 2023.
Zuckerberg também jantou com o futuro presidente na residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, em novembro passado, em outra tentativa de consertar o relacionamento da empresa com o candidato republicano após sua vitória eleitoral.
Outro gesto recente de Zuckerberg para com o governo Trump foi a nomeação, na semana passada, de Joel Kaplan, um membro do partido republicano, para chefiar os assuntos públicos da Meta, substituindo Nick Clegg, ex-vice-primeiro-ministro britânico.
"Muito conteúdo inofensivo é censurado, muitas pessoas são injustamente presas na 'cadeia do Facebook'", disse Kaplan em um comunicado, insistindo que a abordagem atual da moderação de conteúdo "foi longe demais". Zuckerberg também nomeou Dana White, diretor do Ultimate Fighting Championship (UFC), um aliado próximo de Trump, para a diretoria da Meta.