Jovem baleado na Bahia perde rim e hospital entrega órgão em saco plástico à família
Segundo hospital, órgão foi retirado com intuito da realização de uma biópsia
O jovem Jeferson Oliveira Bispo, de 21 anos, passou por cirurgia no Hospital Geral Menandro de Faria (HGMF), em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, e teve o próprio rim entregue pela equipe médica para a família em um saco plástico. O caso foi registrado na última sexta (23).
Baleado no bairro de Itinga após ser abordado por homens armados, ele foi socorrido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas encaminhado para o hospital em seguida.
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Em meio à cirurgia para conter o sangramento, os médicos entraram em contato com a namorada dele, informando que ela deveria pegar "uma peça do namorado".
Ao chegar ao local onde a "peça" seria retirada, ela ficou assustada. Em entrevista ao portal G1, Andreza percebeu que recebeu o órgão e algumas indicações para a realização de um exame de anatomia patológica.
"Deram um saco na minha mão e diziam que era uma peça. Depois disso, ela [médica] veio dizer que era o rim dele. Até então, a gente não sabia de nada disso e só soube depois da visita que era o rim", revelou Andreza na entrevista.
Conduta do hospital
Mesmo após a entrega do órgão, a médica não teria repassado informações sobre como o exame poderia ser feito.
Segundo o HGMF, o rim foi entregue para realização de uma biópsia, já que a unidade não possui laboratório de anatomia patológica.
Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia detalhou que a família recebeu indicações de onde poderia levar o rim para passar por biopsia no Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar disso, nesta terça (26), a pasta reconheceu alha no fluxo do atendimento, que teria sido corrigida. E reforçou que o material foi entregue novamente ao hospital para realização da biopsia.
Boletim de Ocorrência
O pai de Jeferson, Luciano Bispo, também esteve no hospital e comentou a surpresa com a situação.
"É uma situação muito complicada. A gente fica estarrecido com uma situação dessa. Eu queria uma resposta do hospital, porque nunca vi uma coisa dessas", disse ao G1.
Ele também foi orientado a prestar queixa na Delegacia de Portão. Entretanto, segundo contou em relato, foi maltratado e constrangido pelos policiais, e a ocorrência não foi registrada.