Ex-auditor fiscal que forjou a própria morte para não ser preso é capturado na Bahia
Arnaldo Augusto Pereira foi condenado a 18 anos de prisão por participar de esquema que movimentou mais de R$ 500 milhões
O desfecho que não teve a vilã Odete Roitman, de "Vale Tudo", com prestação de contas à Justiça pelos crimes cometidos ao longo do folhetim, é vivido pelo ex-auditor fiscal de São Paulo Arnaldo Augusto Pereira. Ele foi preso nessa semana em Mucuri, no Interior da Bahia, por forjar a própria morte para escapar da prisão.
Arnaldo passou por audiência de custódia na sexta-feira (17) e teve a prisão convertida em preventiva.
Segundo o g1, na decisão, a Justiça considerou que ele havia sido condenado a 18 anos de prisão por participar da chamada "Máfia do ISS", em 2019.
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Prisão
Arnaldo foi preso na quarta-feira (15), com documentos falsos. Ele foi levado para a Delegacia de Teixeira de Freitas, no sul da Bahia, e deve ser encaminhado ao presídio mais próximo.
À imprensa, a defesa do ex-auditor fiscal comentou que o processo corre em segredo de justiça e que, por isso, ainda não teve acesso aos autos que fundamentaram a prisão preventiva.
O advogado do suspeito, Eduardo Maurício, afirmou ao G1 que o cliente é inocente. "Sobre a pena relacionada à conhecida 'máfia do ISS', o processo ainda tramita perante o Supremo Tribunal Federal em fase recursal, onde a presunção de inocência continua a ser aplicada, até o trânsito em julgado da ação, que ainda não ocorreu", disse.
As investigações apontam que o esquema em que o ex-auditor fiscal estava envolvido movimentou mais de R$ 500 milhões em propinas dentro da Prefeitura de São Paulo.
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Morte forjada
À polícia, o ex-auditor fiscal admitiu que pagou R$ 40 mil pelo atestado de óbito e por uma identidade falsa que passou a utilizar desde então — as informações são da TV Bahia, e foram repassadas pelo Ministério Público.
Na certidão de óbito, acessada pelo g1, consta que o suspeito teria morrido na tarde de 10 de julho deste ano, em Salvador, na Bahia, por problemas no coração e diabetes. O corpo teria sido sepultado na cidade de Cachoeira, no recôncavo baiano.
O documento é assinado por um médico baiano e tem registro em um cartório de Salvador. Ele, no entanto, foi anexado ao processo por uma pessoa que tem passagens na polícia por furto, roubo e estelionato.
Em entrevista ao "Fantástico", da TV Globo, que irá ao ar neste domingo (19), Arnaldo admitiu que nem a própria esposa sabia que ele estava "morto".