Psoríase deixou lesões em 50% do corpo de Kelly Key; saiba mais sobre a doença

A cantora revelou em entrevista detalhes da doença e como foi vacinada contra a Covid por causa do tratamento

Escrito por Mylena Gadelha , mylena.gadelha@svm.com.br
Selfie de Kelly Key e foto de arquivo sobre psoríase
Legenda: Kelly Key relatou em entrevista ter apresentado lesões devido à psoríase (segunda foto ilustrativa sobre sintomas da doença)
Foto: reprodução/Instagram e Shutterstock

Kelly Key virou assunto há mais de uma semana ao receber a vacina contra a Covid-19. Parte do grupo prioritário por ter psoríase e recorrer a imunossupressores, a artista revelou nesta quarta (2) que as lesões causadas pela doença autoimune afetaram 50% da pele dela.

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"Durante minha temporada em Portugal, apareceram as primeiras", confirmou Key em entrevista à seção ELA, do jornal O Globo. Com lesões mais intensas depois que teve Covid-19, foram necessários diversos exames, inclusive uma biópsia.

Ainda em solo português, ela começou os tratamentos para conter a doença na pele, mas não obteve sucesso de início. De volta ao Brasil, ela procurou a própria dermatologista.

"Manipulamos um tratamento, mas que não deu tanto resultado após um mês. Então, minha médica entrou com um imunossupressor. As lesões tomaram mais de 50% da minha pele: pernas, costas, cotovelos"
Kelly Key
Modelo e cantora

Agora, ela conta, as lesões estão cicatrizadas, mas deixaram manchas brancas pelo corpo, que devem desaparecer ao longo do tempo.

Entretanto, ela comentou a dificuldade ao lidar com a doença ao passo em que precisou explicar os motivos para receber a vacina.

"Não sofri preconceito, mas já ouvi relatos de quem passou por situações ruins por causa disso. É muito desagradável termos uma cabeça descamando, que arde e dói, porque essa doença machuca", complementou na entrevista.

Juju Salimeni revela doença

Quem também se pronunciou sobre a psoríase foi a modelo Juju Salimeni. Em vídeos das redes sociais, ela contou que teve que lidar com uma crise da doença enquanto passava por período de depressão.

"Pelo que sei, é causada por estresse. Então, toda vez que eu entrava em uma fase tensa de estresse, tinha muita coceira em determinados lugares do corpo", revelou.

Salimeni disse que chegou a dormir com luvas por conta do problema, e também se abriu sobre a sensação ao ouvir dos médicos que a doença não tem cura.

"Eu me rasgava inteira, ficava toda machucada. Cotovelos, também, ficam muito ressecados, sabe? Você sente uma coceira absurda. Parece que cria uma escama no local em que você coça", explicou.

Com a história das personalidades, elencamos algumas das principais dúvidas sobre a psoríase e como ela pode se encaixar como critério de vacinação atualmente. Confira:

O que é psoríase?

De acordo com números da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), colhidos ainda no ano passado, a psoríase afeta cerca de 2 milhões de pessoas no País. A presença está associada em maioria a jovens adultos.

Ela é definida como uma doença de pele, inflamatória, não contagiosa e crônica.

"Ela ainda tem uma causa indeterminada, porém há diversos fatores que influenciam no surgimento, incluindo suscetibilidade genética, exposição ambiental e alguns fatores de risco relacionados à doença", é o que explica a dermatologista Hercília Queiroz.

Entre os fatores que podem desencadeá-la, segundo a especialista associada à SBD, estão os seguintes: stress, tabagismo, consumo de álcool, uso de alguns medicamentos, mudança brusca de clima para o frio e obesidade.

Homem coça lesão de psoríase
Legenda: Segundo a médica Hercília Queiroz, a doença pode afetar várias partes da pele do corpo
Foto: Shutterstock

A psoríase é comorbidade?

Atualmente, segundo o Plano Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, existem condições para a vacinação de uma pessoa com psoríase em solo brasileiro.

Conforme explica a dermatologista Hercília Queiroz, o quadro de cada paciente com doenças dessa natureza deve ser observado de perto por um médico especializado.

Dose de vacina contra a Covid-19
Legenda: Critérios do PNI mostram que alguns critérios são considerados para vacinar pessoas com esta doença
Foto: Thiago Gadelha

"O que precisa estar claro é que essas doenças que possuem alguns gatilhos imunológicos devem ser acompanhadas e, em alguns casos, há uma permanência de vários sintomas, afetando alguns órgãos importantes, como é o caso do lúpus, por exemplo", afirma.

Especificamente sobre a psoríase, ela explica que o quadro geral do paciente é levado em consideração pelo médico que irá fornecer esse atestado.

"A psoríase geralmente se manifesta em pacientes com fatores de risco que são considerados nos grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19"
Hercília Queiroz
Médica dermatologista associada da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Nesse sentindo, ela reforça, quem manifesta a psoríase de forma leve e não tem utilizado imunossupressores no tratamento não terá prioridade no PNI.

A psoríase é uma doença autoimune?

Ainda segundo Hercília Queiroz, a psoríase não é citada como uma doença autoimune pelos especialistas atualmente.

"Não falamos assim, pois não são desenvolvidos anticorpos contra as células da pele", pontua.

Segundo ela, o desenrolar da doença no corpo é diferenciado. 
"O que acontece é um processo vinculado a todos os fatores citados em relação à doença e que resultarão em uma ativação e um recrutamento de células inflamatórias que vão se direcionar às células superficiais da pele", finaliza.

Por fim, ela também aponta, esse processo inflamatório continua sendo definido como crônico e contínuo.

 

 

 

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