Fungo mortal que ataca idosos é considerado ameaça urgente à saúde nos Estados Unidos pelo CDC

O fungo é considerado perigoso, principalmente, por ser resistente ao tratamento com antifúngicos comuns

Escrito por Redação ,
C. auris
Legenda: O C. auris provoca uma infecção cujos sintomas principais são febre e calafrios.
Foto: Shutterstock

Um fungo mortal que ataca, principalmente, pessoas mais velhas com sistema imunológico enfraquecido, passou a ser considerado ameaça urgente à saúde pública pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Chamado de Candida auris, o fungo é perigoso porque resiste ao tratamento com remédios antifúngicos comuns.

Segundo O Globo, o Candida auris foi identificado pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2016, em Nova York e Ilinois. À época, as autoridades de saúde pública locais esperavam contê-lo por meio de uma triagem rigorosa e de um controle da infecção em lares de idosos e instituições de longa permanência.

Contudo, em 2021, foram relatados 1.474 casos clínicos da infecção, um aumento de quase 200% em relação aos registros de 2019, quando chegaram ao conhecimento das autoridades em torno de 500 casos.

O CDC segue monitorando o contágio e acredita que o fungo esteja, agora, em ao menos 50 estados americanos. As maiores concentrações são na Califórnia, em Nevada, no Texas e na Flórida.

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Mortes pelo fungo

Quase metade dos pacientes que contraem Candida auris morrem em até 90 dias, segundo o CDC. Além disso, o órgão afirmou que se preocupa com o fungo por três razões principais:

  • O Candida auris é resistente a vários medicamentos antifúngicos comuns;
  • É difícil identificar a infecção com métodos laboratoriais convencionais. Por isso, às vezes, a patologia pode ser identificada erroneamente, dificultando o controle;
  • O fungo já causou surtos em unidades hospitalares. Por isso, é importante identificá-lo rapidamente em um paciente internado, para que os serviços de saúde possam tomar precauções especiais para impedir sua propagação.

Coronavírus pode ter agravado disseminação

Para a médica de doenças micóticas do CDC, Meghan Lyman, é possível que a Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, tenha agravado a propagação da C. auris. Muito porque, devido à atenção focada na pandemia, menos ênfase foi aplicada na triagem para a infecção.

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Além disso, o fungo adere facilmente a aventais de enfermagem, luvas e outros equipamentos de proteção individual que, em condições ideais de trabalho, seriam trocados com frequência, mas que tiveram de ser reutilizados em alguns locais durante a escassez de materiais médicos. Sem contar que o C. auris também pode se conectar a ventiladores ou outros equipamentos utilizados em ambiente hospitalar.

Apesar disso, a infecção ainda não representa "uma situação desesperadora", disse Lyman. A cientista caracterizou a propagação apenas como "preocupante, mas não surpreendente".

Sintomas

Quem contrai o C. auris pode apresentar sintomas como febre e calafrios que tendem a se intensificar na ausência de um tratamento adequado. O fungo atinge, principalmente, pacientes mais velhos e que frequentam ou permanecem em unidades de saúde. Ele não representa ameaça grave a jovens saudáveis, com imunidade suficiente para combatê-lo.

No momento, esforços têm sido empregados para impedir a propagação do patógeno em Nova York e Illinois.

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