É falso que lotes de leite estejam contaminados por metanol

Fake News usou IA para manipular rostos e vozes de jornalistas e espalhar pânico nas redes

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 20:19)
Print com duas imagens geradas por IA de um boato que usa tanto o rosto de Renata Vasconcellos como de William Waack em uma notícia falsa
Legenda: Os conteúdos usam a técnica conhecida como deepfake, capaz de reproduzir fielmente feições, gestos e fala de uma pessoa real.
Foto: Reprodução / Redes sociais.

É mentira que lotes de leite estejam contaminados por metanol. A falsa notícia tem circulado nas redes sociais em vídeos manipulados por meio de inteligência artificial (IA), simulando os rostos e as vozes dos jornalistas Renata Vasconcellos, da TV Globo, e William Waack, da CNN Brasil.

Os conteúdos usam a técnica conhecida como deepfake, capaz de reproduzir fielmente feições, gestos e fala de uma pessoa real para criar vídeos falsos com aparência autêntica.

Em um dos vídeos, a voz adulterada de uma suposta apresentadora afirma que “diversos lotes de leite contaminados com metanol, uma substância altamente tóxica, já estão sendo distribuídos e consumidos em todo o país. Em várias cidades, hospitais já registram casos de intoxicação e o medo cresce a cada hora". 

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A mensagem é totalmente falsa

O Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) desmentiram o boato.

Em nota, a Senacon reforçou que “não há qualquer registro que comprove alegações de contaminação por metanol em leite, café, água ou refrigerantes. Trata-se de desinformação amplamente disseminada nas redes sociais.”

Manipulação com IA

Os vídeos falsos simulam trechos de telejornais, como o Jornal Nacional e o WW, da CNN, tentando dar credibilidade à fraude.

Análises com ferramentas de verificação, como a Hive Moderation, apontaram 92,8% de probabilidade de o conteúdo ter sido gerado digitalmente.

Nenhuma menção sobre contaminação de leite por metanol foi encontrada nas plataformas oficiais do Grupo Globo — como G1, Globoplay ou TV Globo — nem nos canais da CNN Brasil.

Disseminação nas redes

Os vídeos deepfake já somam milhares de visualizações no TikTok e em outros aplicativos, sendo amplamente compartilhados por usuários que acreditaram se tratar de notícias reais.

Autoridades pedem que o público não compartilhe o conteúdo e verifique informações sempre em fontes oficiais, como o Ministério da Saúde, a Anvisa e veículos jornalísticos reconhecidos.

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