Como tratar estrias? Veja os tipos e se é possível retirá-las

Uma vez que são formadas, as estrias não desaparecem completamente, mas podem ficar discretas com dicas específicas

Escrito por Redação ,
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Legenda: Estrias são lesões de pele que ocorrem devido ao estiramento e ruptura das fibras elásticas e de colágeno
Foto: Freepik

Estrias são lesões lineares que surgem em áreas de estiramento da pele e ocorrem por conta do rompimento de fibras de colágeno e elastina, que são responsáveis pela firmeza, sustentação e elasticidade da pele.

Geralmente surgem na pele dos braços, barriga, glúteos, coxas, seios e costas. “Estão presentes em praticamente todas as pessoas, principalmente na região das nádegas, pois, quando se passa pela puberdade, essa área cresce muito rapidamente”, comenta a médica dermatologista Lóren Faae*.

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“Muitas vezes recebo pacientes angustiadas, que veem as estrias como o maior problema da vida, porque se comparam com fotos editadas das redes sociais. Para tranquilizar quem se incomoda muito com essas lesões, eu tenho alguns pontos a dizer: Não acredite nos corpos perfeitos das redes sociais. Saibam que até as modelos têm estrias. Há tratamentos para amenizar esse desconforto”, acrescenta.

É importante, ainda, ressaltar, de acordo com a médica dermatologista Érika Belizário**, que cada caso de estrias é único e o tratamento mais adequado pode variar de pessoa para pessoa. “É sempre recomendado buscar a orientação de um dermatologista para avaliar o caso individualmente e indicar o melhor tratamento”, frisa.

O que é estria?

Estrias são lesões de pele que ocorrem devido ao estiramento e ruptura das fibras elásticas e de colágeno (responsáveis pela firmeza da pele), explica Érika Belizário.

“Quando a pele estica muito rápido, como na gestação, no ganho de peso, ou uso de medicamentos que contém corticoide por tempo prolongado ou em altas doses, as fibras de colágeno e elastina podem romper, deixando essas falhas”, explica Lóren Faae.

Como tratar?

O tratamento costuma ser desafiador e o recomendado é tratá-las o quanto antes, de preferência na fase inicial, quando as lesões ainda estão avermelhadas, para se obter melhores resultados, avalia Érika Belizário.

Existem diversos tratamentos para estrias, cada um com suas indicações e eficácia variável. Alguns exemplos incluem:

  • Tratamentos tópicos: cremes e loções contendo ingredientes como ácido retinoico, ácido glicólico e vitamina C podem auxiliar na melhora da aparência das estrias.
  • Microagulhamento: um procedimento no qual pequenas agulhas são usadas para criar microperfurações na pele, estimulando a produção de colágeno e promovendo a regeneração do local, além de facilitar a penetração de ativos. “Na minha prática, costumo usar a radiofrequência microagulhada, um aparelho que além de realizar o microagulhamento, gera aquecimento na derme e potencializa bastante os resultados por aumentar o estímulo de produção de colágeno quando unimos essas duas tecnologias”, cita Érika Belizário.
  • Laser: esse tipo de terapia pode ajudar a estimular a produção de colágeno e melhorar a aparência das estrias. Os lasers fracionados, ablativos e não ablativos, como laser de CO2 e o laser de erbium, estimulam colágeno e melhoram a qualidade da pele. Além disso, na fase inicial das estrias, o laser de corante pulsado (dye laser) e o laser ND Yag podem ajudar a melhorar a inflamação e a vermelhidão das lesões.
  • Peelings químicos: são substâncias químicas aplicadas na pele para promover a descamação e estimular a renovação celular. O peeling de ácido retinoico é uma ótima opção, avalia Érika Belizário.

Quais os tipos de estria?

As estrias, em geral, aparecem como “cicatrizes lineares múltiplas de espessura e largura variáveis”, explica Érika Belizário. São mais frequentes em regiões como nádegas, coxas, mamas, abdômen e costas. Podem ocorrer em situações como: gravidez, obesidade, ganho excessivo de massa muscular, crescimento rápido durante a adolescência, uso de corticoides e, em algumas condições endocrinometabólicas, como síndrome de Cushing e síndrome de Marfan, acrescenta.

A estria recente é arroxeada ou avermelhada, já a estria antiga é mais clara que a pele, diz Lóren Faae. Além disso, é importante saber que as estrias vermelhas respondem melhor aos tratamentos.

  • Estrias roxas: são as estrias mais recentes, que apresentam uma coloração arroxeada devido à inflamação na área. Com o tempo, elas podem se tornar vermelhas e, posteriormente, brancas.
  • Estrias vermelhas: já estão em processo de cicatrização. Elas possuem uma coloração avermelhada devido à vascularização aumentada na região.
  • Estrias brancas: são mais antigas, que já passaram pelo processo de cicatrização. Elas apresentam uma coloração esbranquiçada e são mais difíceis de tratar.

Como prevenir?

Ao pensar na prevenção devemos sempre lembrar que a genética e o estiramento da pele serão os principais responsáveis pelas estrias, destaca Lóren Faae. Então, para reduzir esse risco, devemos evitar principalmente o ganho excessivo de peso, seja de gordura ou de músculo, adiciona a médica.

“Um alerta agora aos rapazes que querem ficar musculosos rapidamente e usam anabolizantes: o risco de estrias é muito alto. O ideal é ter paciência para esse ganho muscular ser gradual. Assim a pele vai conseguir acompanhar o desenvolvimento muscular sem ‘rasgar o colágeno’”, ressalta Lóren Faae.

Para prevenir o surgimento de estrias, é importante manter a pele hidratada e saudável. Algumas dicas, de acordo com Érika Belizário, são:

  • Manter uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes como vitaminas C e E, que auxiliam na saúde da pele;
  • Beber bastante água para manter a pele hidratada;
  • Usar cremes hidratantes diariamente, especialmente em áreas propensas a estrias, como abdome, coxas e seios;
  • Controlar o ganho de peso de forma gradual e saudável.

O que é bom para estrias?

Alguns cremes podem ajudar na melhora da aparência das estrias, como os que contêm ingredientes como ácido retinoico, ácido glicólico, centella asiática e vitamina C, detalha Érika Belizário. “No entanto, é importante lembrar que a eficácia desses produtos pode variar de pessoa para pessoa”, ressalta a médica.

Como evitar estrias na gravidez?

Apesar de não haver evidências científicas de que a hidratação da pele previna o surgimento das estrias, diz Érika Belizário, “manter a pele hidratada durante a gestação é importante para melhorar a qualidade de pele”, defende.

“Nessa fase, é importante optar por produtos que contenham realmente substâncias com alto poder terapêutico de hidratação, como as ceramidas e o ácido hialurônico. Além disso, o controle do ganho de peso nesta etapa é fundamental para evitar o estiramento excessivo da pele e surgimento das estrias. Manter o corpo ativo também é importante. Por isso, caso haja liberação médica, realizar atividade física durante a gestação irá ajudar a manter a saúde da pele”, acrescenta Érika Belizário.

É possível retirar estrias?

As estrias são de difícil tratamento, mas consegue-se a redução na maioria dos casos. Retirar totalmente é raro, pontua Lóren Faae.

Estrias têm alguma relação com genética?

Elas têm uma predisposição genética, ou seja, pessoas com histórico familiar de estrias possuem maior probabilidade de desenvolvê-las. “No entanto, outros fatores, como ganho de peso rápido, crescimento rápido durante a puberdade e alterações hormonais, também podem contribuir para o seu surgimento”, detalha Érika Belizário.

Existem alimentos que podem contribuir para a instalação ou aumento das estrias?

Não há relação descrita entre alimentos e estrias, avalia Lóren Faae. “Porém, sabemos que uma dieta saudável e equilibrada, assim como hábitos de vida saudáveis, ajudam a fortalecer todo o organismo, incluindo a pele, e a manter o peso, o que indiretamente vai reduzir o risco de desenvolver as estrias”, adiciona a médica.

*Lóren Faae é médica formada pela Universidade de Pernambuco. Especialista em Clínica Médica pelo Hospital Agamenom Magalhães e em Dermatologia pelo Centro de Estudos Dermatológicos do Recife - CEDER. Atua como dermatologista na sua clínica em Recife.

**Érika Belizário é médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, formada pela Universidade de Fortaleza (Unifor), com residência médica no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Ceará (UFC). Realizou especialização de Dermatologia avançada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Atualmente atua na área da Dermatologia estética, com tratamentos injetáveis e lasers, na área capilar (tricologia), com tratamento de alopecias, e na área de Dermatologia Clínica, em Fortaleza.

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