Porto do Pecém: escaneamento de cargas cresce 30% e apreensão de drogas aumenta 114 %, em 2020

Equipamento coíbe tráfico de drogas e sonegação fiscal. Trabalho é realizado em conjunto pelo Complexo do Pecém, Receita Federal e Polícia Federal

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
Porto do Pecém utiliza escâner para coibir crimes, desde 2013. Equipamento escaneia todos os contêineres
Legenda: Porto do Pecém utiliza escâner para coibir crimes, desde 2013. Equipamento escaneia todos os contêineres
Foto: Divulgação

O Porto do Pecém, localizado em São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), intensificou o escaneamento de cargas, que cresceu 30% no ano de 2020. Uma das consequências foi o aumento da apreensão de drogas, na ordem de 114%, segundo dados da Receita Federal.

O número de cargas escaneadas cresceu de 42.037 (sendo 37.056 secas e 4.981 refrigeradas), em 2019, para 54.462 (44.802 secas e 9.660 refrigeradas), no ano passado, de acordo o Complexo do Pecém. Isso significa que, em 2020, o equipamento realizou uma média de 4.538 escaneamentos por mês ou 149 por dia. Mas o mesmo tem capacidade de realizar até 60 inspeções por hora.

"Nós temos esse escâner desde 2013. E temos como diretriz que 100% dos contêineres de importação e exportação são escaneados. Ano passado, como a gente cresceu 11% na movimentação de contêineres, a gente tem escaneado cada vez mais. Isso dá segurança tanto para o Porto do Pecém como para a Receita Federal", explica o presidente do Complexo do Pecém, Danilo Serpa.

O trabalho é feito em conjunto. O Porto dispõe do escâner e a Receita Federal é responsável por analisar as imagens e fiscalizar as cargas. "A Receita Federal pode, através dessas imagens do escâner, avaliar a carga, se tem alguma sonegação fiscal ou algum ilícito, como droga. Dá segurança à operação", completa Serpa. Se for verificado algum ilícito, a Polícia Federal (PF) realiza a apreensão e inicia a investigação.

Sobre as imagens obtidas pelo equipamento, o presidente do Complexo afirma que "o escâner pega tudo. O contêiner que vem com bateria, por exemplo, é para estar todo com a mesma imagem. Se tiver um cabo, uma ferramenta que ficou por engano na hora que foi embarcado, ele dá a diferença na imagem. Quem tem acesso exclusivo a essas imagens é a Receita Federal", explica.

Apreensões

As apreensões de drogas cresceram mais ainda, 114,6%, saltando de 330 kg de cocaína em 2019 para 708,4 kg do mesmo entorpecente, em 2020. As apreensões se deram em apenas três ocorrências, sendo duas no ano passado e uma no ano anterior.

A última localização de droga no Porto do Pecém ocorreu em 23 de novembro de 2020. A PF e a Receita Federal apreenderam um total de 361,6 kg de cocaína, distribuídos nos cascos de três navios. Pelo menos uma embarcação passou por Rio de Janeiro e São Paulo e tinha como destino a Europa. Ninguém foi preso.

Duas semanas antes, no dia 11, três funcionários de uma empresa que presta serviços terceirizados para o Porto do Pecém foram presos por participação no embarque de 346,8 kg de cocaína. Dois deles eram sócios da empresa.

Segundo as investigações da Polícia Federal, o trio capturado no dia 11 também está ligado à apreensão de 330 kg de cocaína, realizada no Porto do Pecém em 16 de agosto de 2019. A droga estava acondicionada em dez mochilas, escondida em um carregamento de mel, e seria transportada para a Bélgica.

O escâner presente no pátio do Porto do Pecém ainda é utilizado pelas polícias rodoviárias Federal (PRF) e Estadual (PRE), para visualizar a presença de ilícitos, dentro de veículos suspeitos, abordados nas rodovias cearenses.

"Em março de 2019, a PRF interceptou uma caminhonete na BR-222 e em seguida trouxe o veículo para ser escaneado no Porto do Pecém. Após o escaneamento foi verificada a presença de material entorpecente no tanque de combustível do veículo. Na época, o motorista foi preso em flagrante por tráfico de drogas e encaminhado à sede da Polícia Federal, em Fortaleza. Em abril e novembro do ano passado, a PRF escoltou outros dois veículos para o escaneamento conosco, mas nas duas ocorrências não foi detectada a presença de entorpecentes", lembra o gerente de Segurança Patrimonial do Complexo do Pecém, Nicolau dos Santos.

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