Pistolagem urbana: acusados de matar empresário em Fortaleza vão a júri popular
Outros três réus pelo crime já foram julgados e condenados na 1ª Vara do Júri

Dois acusados de participar de um grupo de extermínio devem se sentar no banco dos réus no próximo dia 26 de junho e serem julgados por populares pelo homicídio de um empresário, morto a tiros quando chegava ao trabalho, em Fortaleza. O crime aconteceu no ano de 2007, em meio a um período de diversas execuções na capital cearense que ficou conhecido como 'pistolagem urbana'.
Três acusados pela morte do empresário paulista Júlio César Diniz já foram a júri popular no ano de 2023 e condenados. O próximo julgamento agendado é o de Daniel Antônio Vernaglia, empresário que teria encomendado o assassinato, e Benevides Pereira Moura, o 'Bené', apontado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) como pistoleiro.
De acordo com a denúncia, Júlio e Vernaglia eram rivais no ramo da confecção. Na época do crime, ambos tinham empresas de aviamento e buscavam mão de obra. 'Bené' teria passado a vigiar os passos da vítima e no dia 29 de maio de 2007, quando Júlio estacionava em frente a sua loja no bairro Montese, foi surpreendido por dois homens armados, vindos em uma moto.
Foram efetuados disparos de arma de fogo que atingiram a cabeça da vítima. A perícia apontou que projéteis extraídos do corpo do empresário eram de uma mesma arma usada para matar outras três pessoas, em Fortaleza.
A reportagem não localizou as defesas dos réus. Já a assistência de acusação, representada pelos advogados Leandro Vasques, Holanda Segundo e Marina Torquato disse que "está bastante confiante no resultado do julgamento do dia 26 de junho".
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"Os outros três executores foram condenados, com sentença com trânsito em julgado, e já iniciaram o cumprimento da pena. Agora, finalmente, serão levados a júri o quarto executor e o mentor intelectual, sendo a condenação deste último muito importante para que a justiça seja completamente alcançada e a memória de Júlio César honrada", segundo Holanda Segundo.
CONDENAÇÕES
Há dois anos, Paulo César Lima de Sousa, o 'Paulão', Sílvio Pereira do Vale Silva, o 'Sílvio pé-de-pato' e Rogério do Carmo Abreu, o 'C* de Boi', foram a júri popular e condenados por este homicídio.
Paulo teve pena de 15 anos e seis meses de prisão; Sílvio apenado em 17 anos de reclusão; e Rogério 15 anos e seis meses. Eles recorreram da decisão, e já no ano seguinte, no 2º Grau do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) as condenações foram mantidas.
'Pé-de-pato' e 'C* de boi' é que estavam na moto que abordou a vítima, conforme o MP. Todos eles negam participação no crime.
Júlio César Diniz chegou a ser socorrido ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos
Daniel Vergnalia só foi preso após ser flagrado em posse de um arsenal. Ele e Paulão foram capturados em flagrante em 2007 pelos crimes de porte ilegal de arma e posse de arma sem registro.