Mais dois acusados de matar 'Gegê do Mangue' e 'Paca' no Ceará devem ir a júri popular

Cinco réus já haviam sido pronunciados (ou seja, levados a julgamento) e um acusado, impronunciado (não deve ir a julgamento)

Escrito por Redação ,
'Gegê do Mangue' e 'Paca' foram executados a tiros em uma aldeia indígena, em Aquiraz, no dia 15 de fevereiro de 2018
Legenda: 'Gegê do Mangue' e 'Paca' foram executados a tiros em uma aldeia indígena, em Aquiraz, no dia 15 de fevereiro de 2018
Foto: Reprodução

Mais dois acusados de matar dois líderes da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', no Ceará, foram pronunciados (ou seja, devem ir a júri popular), por decisão da Justiça Estadual. Cinco réus já haviam sido pronunciados e um, impronunciado (não deve ir a julgamento).

Duas sentenças de pronúncia foram proferidas pela Vara Única Criminal de Aquiraz, contra Ronaldo Pereira Costa e Tiago Lourenço de Sá Lima, no dia 4 de abril deste ano. As prisões preventivas dos dois acusados foram mantidas.

O colegiado de juízes que atua na Vara decidiu que Ronaldo Costa deve ser julgado por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe ou mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e por integrar organização criminosa; e Tiago Lima, pelos mesmos crimes, além de falsidade ideológica e uso de documento falso.

"Como se pode observar, restaram comprovadas a materialidade dos delitos e verificada a presença dos indícios suficientes de autoria e demais circunstâncias dos delitos denunciados, inclusive causas de aumento e qualificadoras", concluiu a Justiça, nas duas decisões.

Conforme as investigações policiais, Ronaldo Pereira Costa e Tiago Lourenço de Sá Lima participaram da logística e da execução de 'Gegê do Mangue' e 'Paca', em uma aldeia indígena em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no dia 15 de fevereiro de 2018.

Situação dos outros réus

O colegiado de juízes que atua no processo criminal, na Vara Única Criminal de Aquiraz, já havia pronunciado (isto é, decidido levar a júri popular) Erick Machado Santos, Carlenilto Pereira Maltas, André Luís da Costa Lopes, Jefte Ferreira Santos e Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos, em decisão proferida no dia 8 de março deste ano.

Já Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como 'Fuminho', não deve ir a julgamento pelas mortes de Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca'. Foi o que decidiu a Justiça Estadual, no dia 15 de abril deste ano. O Ministério Público do Ceará (MPCE) recorreu da decisão judicial.

'Fuminho' é apontado pelas autoridades como "sócio" do número 1 da facção paulista, Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola'. A investigação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) apontou que 'Fuminho' foi um dos mandantes dos assassinatos de 'Gegê do Mangue' e 'Paca', em uma aldeia indígena em Aquiraz, no dia 15 de fevereiro de 2018. O crime teria sido motivado por um racha na facção criminosa paulista - a maior do Brasil - e por suspeitas de que as vítimas desviavam recursos da organização criminosa, provenientes do tráfico internacional de drogas.

'Neguinho Rick', Carlenilto Maltas, 'Andrezinho da Baixada', Tiago Lima, Ronaldo Costa e Renato Mota são acusados de serem executores diretos do duplo homicídio. Eles estariam no helicóptero pilotado por Felipe Ramos Morais, junto das vítimas. A quadrilha - em sua maior parte formada por integrantes oriundos de São Paulo - recebeu o apoio logístico de Maria Jussara e do filho Jefte Santos, que vieram ao Ceará com essa missão.

Com essas decisões, apenas um réu pelo crime ainda não recebeu a sentença de pronúncia: Renato Oliveira Mota, que segue foragido. O décimo acusado pelo crime é o piloto Felipe Ramos Morais, que foi morto em uma ação da Polícia Militar de Goiás e teve a punição extinta.

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