Mãe foi morta com socos e pauladas e bebê sufocado no berço onde dormia, revela pai em depoimento
Robert da Silva Pereira confessou ter matado Luana da Silva e depois a criança.
A delegada que investiga a morte de mãe e filha encontradas mortas no Bairro Sapiranga no domingo (27), informou que o vendedor Robert da Silva Pereira, 27 anos, confessou ter matado a mulher, Luana da Silva, a socos e pauladas no rosto, enquanto a filha, Maria Louise, foi sufocada com dois travesseiros no berço em que dormia.
De acordo com Mariana Diógenes, da 7ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Pereira compareceu à delegacia por volta de 9 horas da segunda-feira (29), a princípio, para saber como estavam as investigações acerca dos dois homicídios, principalmente o da criança, porém, no decorrer de uma conversa que teve com a investigadora revelou ter matado as duas.
"Nossa equipe estava investigando, no momento em que me avisam que ele estava na delegacia para saber informação sobre a investigação. Quando eu pedi para ele subir, que ele sentou na frente da minha sala, que ele não tinha nenhuma reação emocional aos dois homicídios, principalmente o da criança. (...), para mim, já tava sedimentado que ele, sim, seria o acusado. Ele, em nenhum momento veio se entregar", disse a delegada.
"Na minha conversa com ele, ele me questionou perguntando: 'que história é essa que estava saindo na mídia que a neném teria sido achada dentro de um saco?'. Foi quando eu olhei para ele e disse: Por que, você tirou do saco e jogou fora do saco?'. Ele calou-se. Depois eu falei de novo: 'você tirou de dentro do saco e jogou fora do saco, não foi?'. Ele assentiu com a cabeça", acrescentou.
No depoimento que se seguiu, deixou claro que não queria se relacionar com a vítima, identificada como Luana da Silva e nem aceitava filha, Maria Louse. "Não era companheira, foi só uma noite. Ele recusou a filha. Quando a menina nasceu, ele ligou avisando e a família dele recebeu as duas muito bem, mas ele nunca quis saber dela", relata Mariana Diógenes.
Briga
Na noite do crime, o dois brigaram bastante. De acordo com o relato de Robert, a vítima teria o procurado para namorar, mas ele se recusou e ela o xingou. Foi nesse momento que ele começou as agressões. Luana foi jogada contra a parede e bateu a cabeça.
Após dar socos no rosto dela, ele pegou um pau e a atingiu com pelo menos três golpes na testa. Robert percebeu que mesmo no chão, Luana ainda dava sinais que estava respirando, ele então passou a sufocá-la até a morte. Em seguida, se dirigiu até o local onde a criança dormia e a sufocou com dois travesseiros. Ainda segundo a delegada, após os crimes, ele passou cerca de 50 minutos lavando os corpos de Luana e da filha.
Ao ser perguntado porque não poupou a filha, a delegada disse que ele temeu ser encontrado pois teria de justificar onde estava a mãe da menina.
Corpos jogados
As duas vítimas foram colocadas em sacos pláticos. Luana foi coberta da cabeça até a virilha e o bebê foi colocado dentro de uma sacola de supermercado. Ambas foram colocadas no carro da família e deixadas em dois locais distintos do bairro Sapiranga. A criança foi retirada do saco antes de ser deixada na Lagoa do Soldado, na Sapiranga. "Ele disse que viu que ela (o bebê) não boiava e esperou ela emborcar e foi embora. A Perícia ainda vai apontar se foi sufocamento ou afogamento", informou.
Já o corpo de Luana foi deixado em um terreno abandonado, no bairro Sapiranga, a poucos metros do local onde o suspeito deixou o corpo da criança.
Histórico de violência
Mariana Diógenes confirmou que o suspeito possuía histórico de violência contra mulheres, embora não houvesse registro.
"A própria família dele falou para mim que tem conhecimento que as duas últimas namoradas dele, eram agredidas fisicamente, mas não registraram queixa", revelou ela acrescentando que ele não demonstravam nenhum tipo de arrependimento.