Família de mulher transexual cearense assassinada em São Paulo ainda aguarda translado do corpo

A Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Ceará trabalham para trazer o corpo, para ser velado e enterrado no Estado onde Vitória nasceu

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Vitória Rodrigues morava em São Paulo há 17 anos e trabalhava como garota de programa na noite paulistana
Legenda: Vitória Rodrigues morava em São Paulo há 17 anos e trabalhava como garota de programa na noite paulistana
Foto: Reprodução

A família da mulher transexual cearense, de nome social Vitória Rodrigues, 31 anos, assassinada a facadas em São Paulo no último sábado (23), aguarda com apreensão a liberação e o translado do corpo para o Ceará. A Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) e o Governo do Estado do Ceará trabalham para trazer o corpo, para ser velado e enterrado.

A irmã de Vitória, a recicladora Michele Feitosa de Sousa, contou à reportagem que a família não tem condição financeira de realizar o translado, que custa cerca de R$ 7 mil; e nem de pagar a empresa funerária, que cobrou R$ 2,8 mil.

A gente tá tentando fazer a transportação de lá para cá. A gente agora tá na dificuldade do funeral, porque ninguém tem esse valor. A família tá se sentindo meio assim... porque uma hora dá certo, outra hora não dá. Mas tá todo mundo batalhando para dar certo."
Michele Feitosa de Sousa
Irmã de Vitória

A vereadora por Fortaleza Larissa Gaspar (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara de Vereadores, enviou um ofício à Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), da Prefeitura de Fortaleza, na última segunda-feira (25), para pedir ao órgão para solicitar providências para o traslado do corpo de Vitória Rodrigues.

"Diante do cruel assassinato de Vitória Rodrigues, mulher Trans cearense, morta em São Paulo, vítima de transfobia, oficiei a Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de Fortaleza, como Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, para que o traslado do corpo da vítima seja assegurado. Também contactei por telefone a irmã de Vitória para nos colocarmos à disposição para o que for necessário. Basta de transfobia!", afirmou a vereadora.

Questionada, a SDHDS respondeu que a Coordenadoria da Diversidade Sexual e a Coordenadoria da Assistência Social estão acompanhando o caso da mulher transexual cearense Vitória Rodrigues.

O Governo do Estado do Ceará, através do Centro Estadual de Referência LGBT Thina Rodrigues, está tratando da liberação e translado do corpo junto à Prefeitura de São Paulo. A Prefeitura de Fortaleza está à disposição da família para ajudar com outras providências, logo que o corpo for liberado e estiver vindo para a Capital."
Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social
Em nota

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Vitória foi jogada de carro em movimento

Vitória Rodrigues foi encontrada morta com sangramento provocado por facadas, na Alameda dos Uapes, no Planalto Paulista, em São Paulo. Testemunhas contaram à Polícia Militar que ela foi jogada de um carro em movimento, próximo à Avenida Indianápolis, área nobre da capital paulista. O crime é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP).

Vitória Rodrigues morava em São Paulo há 17 anos e trabalhava como garota de programa na noite paulistana. O sonho dela era voltar para o Ceará. Autoridades de São Paulo tiveram dificuldades para identificar o corpo e entraram em contato com a família da vítima apenas na última segunda-feira (25).

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