Cozinheiro que matou e decapitou funcionário do IJF é condenado a 25 anos e 9 meses de prisão
O crime aconteceu dentro do hospital, em abril de 2024
O Tribunal do Júri condenou nesta segunda-feira (6) o cozinheiro e motociclista de aplicativo Francisco Aurélio Rodrigues de Lima. Francisco é acusado de matar a tiros e decapitar um funcionário do Instituto Doutor José Frota (IJF), dentro do hospital. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.
O denunciado foi sentenciado a cumprir 25 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e meio cruel) e por tentativa de homicídio duplamente qualificado (por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima), porque outro funcionário do IJF ficou ferido, na ação criminosa.
Foram 18 anos e 9 meses pelo homicídio consumado e 7 anos pelo crime tentado. A pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado.
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O Conselho de Sentença formado por populares considerou o cozinheiro culpado. Uma testemunha depôs e em seguida Aurélio sentou no banco dos réus.
Ainda na manhã desta segunda, o denunciado foi interrogado, em sessão presidida pelo juiz da 2ª Vara do Júri de Fortaleza. Na sequência começaram os debates.
O crime aconteceu em abril de 2024 e teve como vítima Francisco Mizael Souza da Silva.
O homicida foi preso em flagrante horas após o crime. No decorrer do processo, o denunciado chegou a alegar à Justiça que sofria de insanidade mental.
A advogada chegou a relatar que o acusado sofria de "surtos psicóticos, discursos persecutórios, atendimentos psiquiátricos com uso inclusive de medicações psicotrópicas".
A defesa pediu para o júri acontecer de portas fechadas devido à repercussão do caso
AMEAÇAS
Ainda no ano passado, o Diário do Nordeste noticiou que Francisco Aurélio Rodrigues de Lima já havia feito ameaças para a namorada dele, que trabalha no IJF antes de matar e decapitar um copeiro do hospital.
Meses antes de praticar o crime bárbaro, o réu havia ordenado que a namorada largasse o emprego, mas como ela se recusou, ele disse que "ela só sossegaria quando ele entrasse na cozinha, matasse alguém e arrancasse a cabeça".
A servidora mantinha um relacionamento (namoro) com Francisco Aurélio há um ano e meio. No entanto, a relação era marcada por ciúmes do namorado. Ele, inclusive, já havia dito que a mataria com um tiro.
Conforme apuração do Diário do Nordeste, Aurélio tinha ciúmes dela com o copeiro Mizael e também com outros funcionários do IJF.
A reportagem apurou que após o crime a mulher relatou que se Aurélio tivesse chegado e a encontrado conversando com algum colega de trabalho, ele teria matado ela e o colega.
TIROS E CORRERIA
No momento do crime, a servidora estava em seu local de trabalho quando ouviu os primeiros disparos e se escondeu.
Após cessarem os tiros, outros funcionários disseram: "mataram o Mizael". Nesse momento, o autor do crime já havia ido embora.
A reportagem apurou ainda que Mizael foi atingido no corredor que dá acesso ao refeitório. Ferido, correu para dentro da cozinha, onde foi morto e decapitado.
Ao saber que Mizael havia sido decapitado, a servidora disse à Polícia que lembrou das palavras do então namorado e, naquele momento, acreditou que Aurélio estava envolvido no crime.
Câmeras de segurança flagraram a fuga de Aurélio e funcionários do hospital relataram ter presenciado 'cenas de pavor' e 'pânico total': "muita gente passou mal".
Francisco Aurélio já havia trabalhado no IJF em uma empresa terceirizada como copeiro, de onde saiu em 2022. Ele também já havia sido preso no dia 30 de outubro de 2022, na localidade de Encosta de Baixo, município de Aracoiaba, por ameaçar a então namorada e o pai dela.