Começa júri de motorista de APP que matou e ateou fogo em corpo de namorada grávida
Mãe da vítima tem expectativa pela condenação do acusado: "a Justiça dos homens estará unida a de Deus"
A espera por Justiça por parte da família da universitária Efigênia Maria Santana Soares deve ter fim nesta quinta-feira (12). O motorista de aplicativos Wando Cordeiro de Vasconcelos, acusado de assassinar Efigênia, namorada dele e na época grávida, vai a júri a partir das 9h.
Wando foi denunciado pela morte da estudante, em janeiro de 2021. Consta na acusação que o motorista carbonizou e abandonou o corpo da vítima no Município de Chorozinho, às margens da BR-116. A família de Efigênia está na expectativa pela condenação do denunciado.
"Acreditamos que hoje virá a resposta de mais um feminicídio. Esse dia para nós, familiares, está entregue nas mãos de Deus. A Justiça dos homens estará unida a Justiça de Deus", diz Jacqueline Santana, mãe da jovem. A defesa de Wando não foi localizada até a publicação desta matéria.
"Guardo no meu coração a certeza que tudo será esclarecido"
GRAVIDEZ NÃO ERA ACEITA
O crime ocorreu em 13 de janeiro do ano passado. De acordo com as investigações da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), Wando Vasconcelos não aceitava a gravidez de Efigênia Maria e decidiu matá-la. Ele chegou a forjar um sequestro, mas a Polícia descobriu a execução.
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A estudante de fisioterapia saiu de casa, no bairro José Walter, em Fortaleza, na noite de 13 de janeiro, dizendo à família que ia a um supermercado. Com a demora para o retorno, os familiares começaram a se preocupar. A Divisão Antissequestro (DAS), da PC-CE, foi acionada quando o pai da vítima recebeu uma mensagem no WhatsApp, do número da própria filha, com um pedido de R$ 20 mil em troca da liberação da jovem.
Quando uma amiga da universitária contou à mãe dela sobre a gravidez de 6 semanas, a linha investigativa mudou. A Polícia rastreou a localização e chegou ao namorado dela, que confessou o crime com detalhes. Segundo a investigação, o casal teve uma discussão antes de Efigênia ser assassinada.
Para a Polícia ficou evidenciado que toda "a empreitada criminosa foi previamente arquitetada". A mãe da universitária considera que a prisão em flagrante foi essencial para dar celeridade ao processo. "Para mim, a Justiça começou quando ele foi preso. Agora, Deus providenciará o restante", ressalta Jacqueline.
De acordo com o Inquérito Policial, "após matá-la, Wando teria jogado um tapete por cima do corpo que se encontrava no banco traseiro do carro e se dirigido a um posto de combustível no bairro José Walter onde teria abastecido o galão de cinco litros que trazia no porta-malas de seu carro". Nos autos, a defesa sustenta a negativa de autoria.