Cinco presos do Comando Vermelho fogem de presídio em Itaitinga com corda colocada em guarita policial

Os fugitivos respondem a crimes como roubos, porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas

Escrito por
Messias Borges messias.borges@svm.com.br
(Atualizado às 20:56)
Foto-montagem com duas imagens que mostram como se deu a fuga de detentos por uma corda, colocada em uma guarita policial, em um presídio em Itaitinga
Legenda: Os presos utilizaram uma corda, colocada em uma guarita policial, para fugir
Foto: VCrepórter

Cinco presos, apontados como membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV), fugiram da Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim (UP-Sobreira Amorim), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na noite da última segunda-feira (7). Os detentos saíram por uma corda colocada em uma guarita policial.

A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP) confirmou, por nota, "a fuga de 5 internos pertencentes a uma organização criminosa de origem carioca na noite de ontem, dia 7, na Unidade Prisional José Sobreira Amorim". 

A SAP informa que mantém diligências ininterruptas para a recaptura dos criminosos, bem como já iniciou uma apuração interna para averiguar e esclarecer todas as circunstâncias e responsabilidades do ato criminoso."
Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará
Em nota

A reportagem apurou que a fuga ocorreu entre 19h e 20h da última segunda (7), quando estava acontecendo a distribuição da janta dos internos. Entre os fugitivos, estão dois presos que ajudavam os policiais penais a distribuírem os jantares; e três detentos de uma cela, que serraram a grade e se juntaram à dupla para fugir. O grupo se aproveitou de uma guarita vazia para deixar o presídio.

A reportagem apurou que eles respondem a crimes como roubos, porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas.

Confira o nome dos presos:

  • Antonio Alex Sousa Castro;
  • Danier Rocha de Lima, o 'Redenção' ou 'Dani';
  • Francisco Hicaro de Almeida da Costa;
  • Leonardo Cunha da Silva;
  • Natan Vaz dos Santos.

Foto-montagem com a ficha, com o nome e foto, dos presos que fugiram do presídio em Itaitinga
Legenda: A Secretaria da Administração Penitenciária divulgou o nome e a foto dos presos que fugiram da UP-Sobreira Amorim
Foto: Divulgação/ SAP

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Sindicato se preocupa com últimas fugas

O Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindppen-CE) demonstrou preocupação com as últimas fugas registradas no Sistema Penitenciário cearense.

Um detento fugiu da Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga 2), mas foi recapturado poucas horas depois, no dia 10 de junho último. No dia 25 do mesmo mês, quatro presos fugiram da Unidade Prisional de Acopiara (UP-Acopiara), mas três deles foram recapturados nas horas seguintes à fuga.

Em nota, o Sindppen-CE apontou, como problemas causadores das fugas de presos, o baixo efetivo de policiais penais e falhas na gestão do Sistema Penitenciário.

"O baixo efetivo é consequência das constantes licenças médicas, reflexo direto de uma má gestão que tem comprometido seriamente a saúde física e mental dos servidores, esta situação faz com que alguns postos das unidades fiquem com ausência de servidor. Esses postos que ficam descobertos no plantão das unidades prisionais, gera o enfraquecimento do sistema, resultando em fugas, tentativas de fugas e motins. A realidade nas unidades é essa: superlotação e baixo efetivo", aponta o Sindppen-CE.

Segundo o Sindicato, "parte do efetivo que deveria estar nos plantões fortalecendo o sistema, tem sido utilizado como desvio de função, em atividades que não correspondem às suas prerrogativas institucionais, como patrulhamento ostensivo que é de responsabilidade da Policia Militar".

A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará foi questionada sobre as críticas feitas pelo Sindicato dos Policiais Penais, mas a Pasta não se manifestou até a publicação desta matéria, às 13h51. 

[Atualização feita no dia 8 de julho de 2025, às 20h55]

SAP nega acusações

Em meio à repercussão do caso, a SAP refutou as acusações "sem fundamento", declarando que a Unidade Prisional José Sobreira Amorim possuía 29 policiais penais no momento da fuga. Conforme a Pasta, esse número é "suficiente para garantir a segurança e funcionamento daquele estabelecimento prisional. A SAP também esclarece que mantém equipes táticas de policiais penais permanentes para dar o suporte necessário a todas as unidades prisionais do Estado". 

Já sobre as fugas do sistema prisional do Ceará, a SAP declarou que houve um registro de apenas 15 fugas em mais de 7 meses deste ano, com a recaptura de sete deles. 

"O percentual de recaptura da policia penal do Ceará supera a marca dos 90%, desde que a SAP foi criada em 2019. A SAP também nega a falsa acusação sobre desvio de função e prática de patrulhamento ostensivo. As ações de fiscalização de pessoas monitoradas são acompanhadas pelas instituições, resguardadas por resolução do Conselho Nacional de Justiça e tem garantido mais resultados e segurança para a sociedade".
SAP
Nota ao Diário do Nordeste

Dentre as ações, a SAP acrescentou que mantém um núcleo exclusivo de cuidado com a saúde mental dos policiais penais e seus familiares. O prédio próprio oferece serviços como psicólogos, médicos, dentistas e plantão psicológico.

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