'Bin Laden', 'Irmão Tenebroso' e outros três homens são condenados por integrar facção no CE

Na lista dos condenados está também uma mulher que se dizia cuidadora de idosos.

Escrito por
Emanoela Campelo de Melo emanoela.campelo@svm.com.br
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Legenda: Os acusados negam envolvimento no 'mundo do crime' e não reconhecem seus apelidos.
Foto: Kid Júnior.

Quatro homens e uma mulher foram condenados no Ceará por integrar a facção criminosa Guardiões do Estado (GDE). Somadas, as penas proferidas pelos juízes da Vara de Delitos de Organizações Criminosas chegam a 48 anos de prisão. Um sexto acusado foi absolvido.

Os condenados são: Antônio Carlos Pereira Gomes, o 'Bin Laden'; Antônio Evanderson Pena Garcia, o 'Irmão Tenebroso'; Jorgyana Silva Soares; Paulo Victor da Silva Araújo; e Yves Derick de Andrade Barbosa. A eles foi negado direito de recorrer em liberdade.

Nesta ação penal também era réu Guilherme de Paulo Viana da Costa, que restou absolvido por a Justiça entender que não havia provas suficientes contra ele. As defesas não foram localizadas pela reportagem. 

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No total, 56 pessoas foram acusadas de integrar a GDE. Os nomes deles foram descobertos após a extração de dados de um aparelho celular de um suspeito. O processo foi desmembrado e continua tramitando para os demais.

A reportagem apurou que Jorgyana era cuidadora de idosos.

CONVERSAS NO WHATSAPP

Policiais civis passaram a investigar membros da facção quando uma adolescente denunciou que vinha sendo mantida em cárcere privado, em um cativeiro na Caucaia. A vítima foi raptada e submetida ao 'Tribunal do Crime'.

A menina conseguiu fugir e denunciou o caso à Polícia. Investigadores foram ao cativeiro e flagraram os suspeitos no local em posse de drogas e parte dos cabelos da jovem. 

A investigação iniciada no ano de 2022 se desdobrou a partir da apreensão de celulares dos suspeitos. Nos aparelhos, autoridades localizaram três grupos de Whatsapp, nos quais se conversava sobre crimes ligados à GDE.

Um dos grupos era o 'MP Caucaia Mês O9'. Neste, os objetivos principais eram mapear a área, divulgar informações aos faccionados e falar sobre o controle financeiro (pagamento de caixinha) da organização.

"O segundo grupo "CAMPEONATO DO GRILO" tinha como objetivo divulgar os relatos sobre a atividade criminosa na cidade de Caucaia e para monitorar a atividade policial com difusão de informações nesse sentido. Já o grupo "PUNIÇÃO E DISCIPLINA" era voltado para debater represálias a membros indisciplinados e para "decretar" inimigos, ou seja, integrantes de grupos rivais"
MPCE

Os nomes dos acusados estavam nos grupos e a Justiça entendeu que eles participavam da facção. Todos eles negam envolvimento no 'mundo do crime' e não reconhecem seus apelidos.

Quando ouvido em juízo, Jerônimo ainda disse que só estava no grupo "porque queria saber sobre a comunidade onde morava, mas que não era de facção".

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