Acusados de matar personal trainer na saída de festa em barraca na Praia do Futuro devem ir a júri
A vítima já estava dentro do próprio carro, na companhia do seu cachorro, quando foi surpreendida pelos disparos

Dois homens acusados de assassinar a tiros um personal trainer na Praia do Futuro devem ir a júri popular. Foi decidido na 3ª Vara do Júri de Fortaleza que Breno Araújo Xavier da Silva e Lucas Jeová Coelho Mendes sejam julgados por um conselho de sentença.
A dupla é denunciada pela morte de Felipe do Vale Lucena. De acordo com a acusação do Ministério Público do Ceará (MPCE), Felipe foi morto na saída de uma festa que acontecia em uma barraca de praia e após ter discutido com um dos réus.
A vítima já estava dentro do próprio carro, na companhia do seu cachorro, quando foi surpreendida pelos disparos, sem chance de defesa. A defesa de Breno já recorreu da sentença de pronúncia proferida no último dia 20 deste mês e publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) na última quinta-feira (24).
Os advogados não foram localizados pela reportagem para comentar sobre a decisão. Ainda não há data para o julgamento acontecer.
RÉU OLHAVA PARA A VÍTIMA 'DE MANEIRA AMEAÇADORA'
O crime aconteceu no dia 31 de julho de 2022, por volta das 22h, em frente a uma barraca de praia onde Felipe havia passado o dia na companhia dos amigos. Segundo a investigação, o personal se divertia no local "sendo que nas proximidades da mesa do vitimado e seus amigos estava a mesa dos dois denunciados e outros não identificados".
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Ainda à tarde, a vítima teria discutido com um dos réus "gerando um desconforto entre eles, passando inclusive a encará-lo de maneira ameaçadora". A noite começou uma festa no local e, às 21h57, a vítima foi até o carro dela na companhia do seu cachorro.
Felipe ficou dentro do veículo até às 22h15, quando, conforme imagens das câmeras de segurança, foi surpreendido por Lucas Jeová, já armado.
"Ele aproxima-se do veículo e desfere os disparos de arma de fogo que atingiram a vítima e lhe ceifaram sua vida"
Um policial militar estava no local e ouviu os tiros. O agente foi até o veículo da vítima e chegou a se deparar com o denunciado com a arma em punho, "dando-lhe voz de parada, instante em que o acusado passou a disparar contra ele".
De acordo com o MP, o PM ainda revidou, mas não conseguiu atingir o criminoso, que fugiu.
A investigação concluiu que a fuga só aconteceu porque Breno Araújo emprestou o veículo para que o executor escapasse do local do crime. Um terceiro envolvido na ação nunca foi identificado e preso.
ATAQUE
O Ministério Público diz que "a vítima não esperava tão inopinado e brutal ataque perpetrado por seu algoz, sendo apanhada desprevenida, manuseando tranquilamente o celular no interior de seu carro, na companhia de seu bichinho de estimação quando foi abatida pelos disparos mortais".
Os promotores destacam que o homicídio aconteceu por motivo fútil "uma vez que o fato originou-se de uma discussão de somenos importância entre a vítima e os denunciados, motivo pelo qual os acusados resolveram executar a vítima, demonstrando, assim, a desproporção da conduta dos agentes e a ação delituosa".
Nos memoriais finais, ambas as defesas alegam não haver indícios que comprovem a participação dos acusados no caso.
Mas, conforme a juíza Daniela Lima da Rocha, que assinou a sentença de pronúncia, "há, portanto, a presença de elementos suficientes para sujeição dos acusados ao julgamento perante o Tribunal Popular do Júri, de modo que o aprofundamento da análise dos fatos sobre a existência ou não da autoria delitiva deve ser realizado e decidido pelo referido Órgão Judicial competente".
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