Família que fazia passeio turístico na parede da barragem de Jati flagra rompimento de duto

Imagens mostram momento em que água começa a jorrar da estrutura da barragem; visitantes fugiram às pressas

Escrito por Redação ,
Legenda: Família flagra momento do rompimento de tubulação durante passeio na parede da barragem de Jati.
Foto: Reprodução

O momento do rompimento da tubulação da barragem de Jati, na última sexta-feira (21), foi registrado por uma família da cidade de Brejo Santo. Durante passeio na parede do reservatório, as pessoas filmavam a paisagem do local quando a água começa a jorrar da estrutura e, em seguida, os visitantes fogem ao perceber a quantidade e a força da água.

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De acordo com o educador físico Bruno Medeiros, que visitava o local pela primeira vez, na companhia dos pais, do irmão e da cunhada, momentos antes do rompimento um grande estrondo foi ouvido. “Aos poucos ouvimos um barulho como se estivessem tentando fechar a comporta e não estavam tendo êxito e houve grande estrondo no momento do rompimento”, disse. 

Segundo Bruno, cerca de 15 pessoas estavam em cima da estrutura, houve correria e todos saíram do local às pressas, em veículos. Os funcionários do reservatório bloquearam a rodovia no entorno e orientaram que os visitantes deixassem a cidade. “Assim que conseguimos descer, um funcionário estava lá em baixo bloqueando as vias próximas à barragem e nos orientou a sair da cidade com urgência e voltar para Brejo Santo”, relata.

O rompimento da tubulação da barragem de Jati causou pânico aos moradores da região e ocasionou a evacuação de duas mil famílias do entorno. Após o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, informar que as pessoas poderiam retornar as residências, dezenas de moradores voltaram a cidade na manhã desta quarta-feira (26). Conforme engenheiros, a tromba d’água formada gerou vazão dez vezes maior e a água arrastou postes, gerador e um veículo.  

Antes do rompimento acontecer, moradores da região chegaram a filmar problemas na estrutura da barragem. Nas imagens é possível perceber umidade nas paredes do reservatório, além da evasão de líquidos na comporta da barragem.

Para suprir as necessidades imediatas com alimentação, transporte e alocação de moradores impactados com o rompimento de uma tubulação da barragem o Governo Federal autorizou, nesta terça-feira (25), o repasse no valor de R$ 100.620 à cidade. Segundo a prefeita de Jati, Maria de Jesus Diniz, o valor deve chegar ao Município até sexta (28). 

Investigação

Legenda: Tubulação da barragem rompeu na última sexta-feira (21).

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou que já estão em andamento “os procedimentos necessários para a contratação de uma consultoria independente”, cuja finalidade será dar “maior celeridade” na apuração das causas do incidente na barragem da Transposição do Rio São Francisco, no município de Jati, na região do Cariri

“Até o dia 28 de agosto serão tomadas as decisões sobre como será o processo de contratação da consultoria independente, cujas decisões encontram-se em avaliação”, detalha a Pasta federal.  

Ao final desse intervalo, aponta o MDR, as empresas responsáveis pela execução, testes e comissionamento da barragem deverão entregar relatórios técnicos sobre “os fatos ocorridos na barragem desde 20 de agosto, data da abertura das comportas”. 

Obras

Legenda: Cerca de 200 trabalhadores atuam nas obras de reparos da parede da barragem de Jati.
Foto: Edson Freitas

As obras para reparo da parede da barragem no município de Jati podem durar até 10 dias, segundo o representante do Ministério do Desenvolvimento Regional, Tiago Portela, que está na cidade para acompanhar o conserto dos danos causados pelo estouro de um duto do equipamento na sexta-feira (21).

De acordo com Portela, a operação de repado foi dividida em dois momentos, os trabalhos no local e estudos técnicos para a retomada da distribuição de água, que ainda está sem previsão de retorno. “O período para recompor a parede, o talude da barragem, vai ser de 7 a 10 dias", disse. “Vai ter que fazer a reconstrução do duto e ter outras soluções. O que eu garanto é que o Ministério do desenvolvimento Regional está trabalhando diuturnamente para que isso retome a normalidade da transposição do Rio São Francisco”, afirma.

O local afetado tem intensa movimentação de veículos e cerca de 200 trabalhadores, que se revezam em três turnos para cumprir o prazo para a conclusão dos reparos. 

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