Obras de recomposição da parede da barragem de Jati podem levar 10 dias, segundo Ministério
Trabalho conjunto entre o Ministério do Desenvolvimento Regional, a Defesa Civil e a prefeitura da cidade está possibilitando o retorno dos moradores que foram evacuados após o rompimento da tubulação da barragem
As obras para reparo da parede da barragem no município de Jati podem durar até 10 dias, segundo o representante do Ministério do Desenvolvimento Regional, Tiago Portela, que está na cidade para acompanhar o conserto dos danos causados pelo estouro de um duto do equipamento na sexta-feira (21).
De acordo com Portela, a operação de repado foi dividida em dois momentos, os trabalhos no local e estudos técnicos para a retomada da distribuição de água, que ainda está sem previsão de retorno. “O período para recompor a parede, o talude da barragem, vai ser de 7 a 10 dias", disse. “Vai ter que fazer a reconstrução do duto e ter outras soluções. O que eu garanto é que o Ministério do desenvolvimento Regional está trabalhando diuturnamente para que isso retome a normalidade da transposição do Rio São Francisco”, afirma.
O local afetado tem intensa movimentação de veículos e cerca de 200 trabalhadores, que se revezam em três turnos para cumprir o prazo para a conclusão dos reparos.
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Uma parte da tubulação da barragem localizada no Sul do Estado, rompeu na tarde da sexta-feira (21), jorrando água contra a estrutura do reservatório e causando pânico aos moradores da região. As águas que passa pela barragem de Jati fazem parte da Transposição do Rio São Francisco e vão para o Açude Atalho, em Brejo Santo.
Moradores começam a retornar
Após o rompimento na barragem em Jati, duas mil pessoas que moram no entorno do local foram evacuadas da região, conforme medida prevista no Plano de Ação Emergencial (PAE) do empreendimento. Um trabalho conjunto realizado a partir deste domingo (23) está auxiliando o retorno dos moradores para suas casas, como explica Tiago Portela.
“Agora, um trabalho conjunto com a Defesa Civil municipal, estadual e nacional, em parceria com a prefeitura de Jati, estamos retomando a população para as áreas que não foram atingidas. Estamos fazendo a demarcação com a nossa contratada, nossa operadora, e teremos profissionais de assistência social que darão todo o apoio a população”.
O representante do Ministério do Desenvolvimento Regional ressalta que o pânico fez com que muitas pessoas deixassem suas residências sem necessidade, pois numa possível inundação as residências não seriam atingidas.
Agricultor passou perto um pouco antes do "estouro"
Antônio Andrade dos Santos, que mora em uma propriedade próxima ao local do acidente, afirma que estava se deslocando a casa de um vizinho quando notou algo incomum na estrutura da barragem.
"Fiquei muito assustado porque eu tinha passado lá perto na mesma hora, quase na mesma hora, e eu vi ela balançando né, vi ela balançando assim. Cheguei aqui e disse ‘vamos se preparar porque aquela comporta lá, que aquela coisa lá, não vai aguentar não. Eu vi muito açude sangrando lá. Ela não vai aguentar não, que ela ta balançando em cima. No mesmo canto que eu vi ela balançando só deu tempo de eu chegar aqui e já vi que ia correr mesmo. Já estourou", revela.
Antônio disse que quando retornou a sua casa, ouviu a sirene tocar e, logo em seguida, as pessoas começaram a arrumar os próprios pertences para saírem de seus imóveis. Após o rompimento da tubulação, o agricultor foi para a residência do filho, que mora no centro da cidade.
O agricultor retornou a sua propriedade neste domingo (23) para alimentar e dar água aos seus animais. Ao chegar no imóvel, Antônio notou que alguns bichos foram roubados na sua ausência. "Eu vim só dar de comer e dar água. Já morreu bicho. Já roubaram. Pessoal é acostumado a roubar aqui", conta.