113 das 184 cidades cearenses já registram volume de chuva acima da média histórica para janeiro

O volume acumulado em janeiro já é o segundo maior desde 2016, quando, naquele ano, janeiro encerrou com 189.6 mm

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: Em Fortaleza, o acumulado de chuvas neste mês de janeiro é 287,2 mm, no posto Castelão. A média histórica para o período é de 124,8 mm
Foto: Fabiana de Paula

Janeiro deste ano de 2022 se aproxima do fim com um dos melhores volumes acumulados de chuva dos últimos anos para o período. Até a manhã desta sexta-feira (28), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) já havia contabilizado o acumulado de 154,5 milímetros. O índice, além de significativo, está bem distribuído em todas as regiões do Estado.

Dos 184 municípios cearenses, 113 já obtiveram volume acima da média histórica para o período. Os dados são da Funceme e foram extraídos às 9h13 de ontem (28). Eles são parciais e podem passar por atualização ao longo dos próximos dias.

É muito importante, tanto para agricultura como para a recarga dos açudes, quando essas chuvas, além de volumosas, são bem distribuídas e regulares.
Eduardo Sávio
Presidente da Funceme

De todas as cidades do Estado, 13 já contabilizam volume acumulado superior a 300 milímetrosIguatu, na região Centro-Sul, lidera o ranking, com precipitações acumuladas de 384 mm, índice 169,5% superior à média histórica para o Município no mês de janeiro (142,5mm). Em seguida, aparecem Hidrolândia (379 mm) e Ibiapina (346,3 mm).

Confira a lista de todas as cidades que já superam o acumulado de 300 mm em janeiro:

  • Iguatu: 384 mm - 169,5% acima da média histórica
  • Hidrolândia: 379 mm - 296,9% acima da média histórica
  • Ibiapiana: 346,3 mm - 73,1% acima da média histórica 
  • São Benedito: 341 mm - 133,6% acima da média histórica
  • Granjeiro: 384 mm - não consta no portal da Funceme a porcentagem referente à média
  • Cariús: 328 mm - 111,1% acima da média histórica
  • Várzea Alegre: 324 mm - 48% acima da média histórica
  • Jucás: 319,5 mm - 118,4% acima da média histórica
  • Cedro: 316 mm - 99,6% acima da média histórica
  • Ibaretama: 303,6 mm - 222,1% acima da média histórica
  • Ipaumirim: 302 mm - 169,5% acima da média histórica
  • Palmácia: 144,3 mm - 109,2% acima da média histórica
  • Guaiúba: 300 mm - 265,8% acima da média histórica


No lado oposto estão as cidades cujo volume acumulado ainda está aquém da média histórica. Contudo, nessa lista de 71 municípios, há municípios que estão bem próximos de atingir a normal climatológica, como são os casos de Orós (falta apenas 0,8 mm) e Caucaia (restando 1,4mm).

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E, há outros que historicamente apresentam déficit de chuvas, mas, neste ano, têm recebido bons índices, como é o caso de Monsenhor Tabosa.

A cidade é uma das críticas do Estado, conforme reconhece o próprio Secretário de Recursos Hídricos (SRH) do Ceará, Francisco Teixeira. "Historicamente a cidade recebe poucos volumes de chuva. Inclusive, diante de tantos anos de poucos índices, o próprio Município tem aprendido a conviver com as poucas precipitações", pontuou.

Ao longo deste mês de janeiro, Mosenhor Tabosa já acumula 83,8 mm de chuvas, índice apenas 4,8% abaixo da média histórica, que é de 88,1 milímetros. 

Cidades que ainda não atingiram o volume médio histórico de chuva em janeiro:

  • Tarrafas, Forquilha, Granja, Morada Nova, Jaguaribe, Sobral, Juazeiro do Norte, Irauçuba, Aurora, Quixeramobim, Farias Brito, Russas, Piquet Carneiro, Jaguaruana, Tauá, Morrinhos, Crato,  Itapajé, Banabuiú, Porteiras, Jardim, Viçosa do Ceará, Quixeré, Massapê, Guaraciaba do Norte, Independência, Missão Velha, Iracema, Tianguá, Penaforte, Bela Cruz, Santa Quitéria, Coreaú, Barbalha, Tamboril, Marco, Croatá, Senador Sá, Ipueiras, Itatira, Carnaubal, Santana do Acaraú, Lavras da Mangabeira, Mauriti, Aiuaba, Potengi, Pereiro, Barro, Potiretama, Quixadá, Antonina do Norte, Varjota, Saboeiro, Jati, Caririaçu, Aracati, Tabuleiro do Norte, Brejo Santo, Orós, Tejuçuoca, Trairi, Icapuí, Uruoca, Monsenhor Tabosa, Parambu, Beberibe, Catarina, Itaiçaba, Catunda, Amontada e Caucaia.


Para esses municípios que ainda não alcançaram a média histórica, nos próximos dias esse índice poderá ser atingido visto a previsão de chuva para todas as regiões do Estado neste fim de semana.

Para hoje (29), a Funceme prever "céu variando de nublado a parcialmente nublado com baixa possibilidade de chuva isolada na região Jaguaribana e no Sertão Central e Inhamúns. Nas demais macrorregiões, alta possibilidade de chuva isolada".

Legenda: Entre as 7 horas de quinta-feira e 7 horas de ontem, a Funceme registrou chuvas em pelo menos 116 cidades
Foto: Fabiana de Paula

Já para o domingo, a previsão é de "alta possibilidade de chuva no Cariri e na Ibiapaba. Na faixa litorânea e no Maciço de Baturité, baixa possibilidade de chuva". O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também aponta chuva para todo o Ceará.

Conforme alerta do órgão, emitido ontem e que é válido até este sábado (29), todas as 184 cidades têm "potencial perigo" de chuva entre 20 e 30 milímetros por hora ou de até 50 mm ao dia, além de ventos intensos que podem chegar a rajadas de 60 km/h).

Este aviso meteorológico emitido pelo Inmet aponta, contudo, que há "baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

O meteorologista da Funceme, Bruno Rodrigues, explica que essas "chuvas atuais têm relação com áreas de instabilidades" e que a Zona de Convergência Intertropical, principal sistema indutor de chuvas na quadra chuvosa (fevereiro-maio) não está atuando sobre o Ceará. 

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