Veja os principais destaques de André Fernandes e Evandro Leitão no Debate PontoPoder do 2º turno
Dividido em quatro blocos, o debate contou com perguntas de jornalistas e apresentação de propostas dos candidatos
Os candidatos André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) se confrontaram, nesta quarta-feira (16), durante o segundo turno da eleição pela Prefeitura de Fortaleza, no Debate PontoPoder. O momento de embates e apresentação de propostas foi transmitido por meio dos canais do Diário do Nordeste (site, Youtube e Instagram), na Verdinha FM 92.5 e na TV Diário.
O debate foi mediado pelo colunista do Diário do Nordeste, Inácio Aguiar. O momento foi dividido em quatro blocos. No primeiro, os temas foram de livre escolha dos candidatos; no segundo, os temas foram definidos mediante sorteio ao vivo. O terceiro bloco contou com participação de jornalistas do Sistema Verdes Mares, cuja ordem de participação foi definida mediante sorteio, assim como o tema que seria perguntado e a ordem do candidato. O quarto bloco seguiu a mesma dinâmica do primeiro, com as considerações finais.
1º bloco
Após sorteio da ordem de perguntas, André Fernandes abriu o debate citando a contratação de reforma para o plenário da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), do qual Evandro é presidente, com dispensa de licitação, após incêndio que deteriorou parte do espaço de trabalho dos deputados. Evandro disse que o processo não se deu dessa maneira e que o modelo foi o mesmo adotado pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) quando a Corte passou por incêndio.
Em réplica, André Fernandes disse que usaria esse volume de recursos para construir um centro de apoio a pessoas autistas na Capital. Em tréplica, Evandro afirmou que a Assembleia cearense está entre as quatro mais transparentes do Brasil e que o incêndio não ocorreu apenas no plenário, mas se estendeu por outros ambientes da Casa.
Na segunda rodada de perguntas, Evandro resgatou falas do adversário relacionadas ao feminicídio e outras envolvendo mulheres, como a que dizia que “mulher é igual a pênalti mal batido: um chuta, outro pega”. O candidato do PL se defendeu dizendo que as publicações são antigas e as opiniões não o representam hoje.
Como gancho para o assunto, ambos citaram propostas para as mulheres. André disse que prolongaria os serviços de pré-natal nos postos de saúde para os fins de semana e ampliaria leitos para parto humanizado, entre outras. Evandro citou a criação da Casa da Mulher de Fortaleza para dar acolhimento a vítimas de violência doméstica e direcionamento jurídico a esses casos.
2º bloco
No segundo bloco, quatro temas foram sorteados: saúde, infraestrutura, creches e esporte. Na primeira rodada, Evandro iniciou o bloco perguntando quais as "propostas efetivas" de André Fernandes para a área na Capital. Na ocasião, o postulante do PL disse que iria "fazer parceria e convênios com a iniciativa privada" para suprir a demanda de atendimentos e exames, citando o modelo implementado pelo ex-secretário da saúde do município de São Paulo, Wilson Modesto, em 2017.
Evandro respondeu criticando a referência citada por Fernandes, acrescentando que "o TCM (Tribunal de Contas do Município de Goiás) pediu o afastamento dele" quando ele era secretário da Saúde de Goiânia por suspeita de tentativa de contratações irregulares no Samu. Além disso, ele citou que o adversário "já comunicou" que colocará a "capitã Cloroquina" à frente da Pasta na Capital. O termo foi utilizado para se referir a Mayra Pinheiro, que integrou o Ministério da Saúde durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Esse ponto também foi rebatido por André, que disse que "ainda não indicou ninguém".
Em relação às creches, Evandro apontou uma fila de espera de 10 mil crianças aguardando por vagas na Capital, conforme dados do Ministério da Educação (MEC), e questionou qual a proposta de Fernandes para resolver o problema.
Veja também
Na ocasião, o candidato do PL disse que vai "zerar a fila da creche aqui em Fortaleza" por meio de um "vale creche". "Eu vou zerar a fila da creche aqui em Fortaleza, dando o vale creche para que, onde não tem uma creche construída pela prefeitura, você, mãezinha, possa matricular o seu filho em uma creche particular", complementou.
O postulante do PT, por sua vez, afirmou que o adversário quer "privatizar a educação na Capital" e disse que vai "fortalecer" a área. "O que ele quer é privatizar a educação na Capital. Eu irei fortalecer a educação na Capital, valorizando os profissionais de educação, fazendo parcerias com o Governo Federal, eu irei implantar aqui Centro de Educação infantil", acrescentou.
Quando o assunto foi esporte, houve bastante troca de farpas entre os candidatos. Na rodada, André Fernandes acusou Evandro de "agredir, com um soco por trás um árbitro de futebol no final do campeonato cearense lá de 2015" e de "dar uma rasteira numa colega de partido" ao se referir à disputa interna com a deputada federal Luizianne Lins no PT.
Evandro rebateu os ataques. Na ocasião, ele alegou que foi o postulante do PL quem "foi condenado por agressão a mulher", ao se referir ao processo em que Fernandes foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil por "ataques machistas" a uma jornalista, e que o adversário "votou contra a equiparação salarial" entre homens e mulheres na Câmara dos Deputados.
3º bloco
No terceiro bloco, jornalistas do Sistema Verdes Mares fizeram perguntas para os candidatos sobre geração de emprego e renda, gestão pública, segurança pública e educação. Por sorteio, Victor Ximenes, colunista da editoria Negócios, iniciou a rodada e questionou Evandro Leitão sobre propostas para acelerar a geração de empregos na Capital e aquecer a economia.
Evandro indicou a criação de programas para capacitar moradores de periferias com wi-fi gratuito e para conceder bolsas de estágio e formações a jovens, caso eleito. Também disse que dialogou com representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) sobre a revitalização do Centro e da avenida Monsenhor Tabosa para aquecer o comércio da região. Além disso, prometeu instalar um polo hoteleiro na Praia do Futuro.
Já Jéssica Welma, editora da editoria PontoPoder, abordou a gestão pública ao questionar André Fernandes sobre a construção de diálogo com novos vereadores. Ela também perguntou qual seria a primeira proposta enviada à Câmara Municipal de Fortaleza, se eleito. O candidato afirmou que buscou ajuda do ex-deputado federal Capitão Wagner (União) e do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) para compor propostas e lidar com outras questões políticas.
André também ressaltou que vereadores do PDT, do PRD, do União Brasil e de outros partidos já se uniram à sua campanha. Além disso, disse que não teria problema de “bater à porta” de outras lideranças, como o presidente Lula (PT), para pedir ajuda na gestão. Sua prioridade junto à Câmara Municipal seria o envio de uma proposta de reforma administrativa, a fim de diminuir o número de secretarias e autarquias públicas.
Emerson Rodrigues, editor de Segurança Pública, foi o terceiro jornalista a participar do debate. Ele indagou Evandro Leitão sobre qual seria a função da Guarda Municipal em uma eventual gestão sua: se de defesa do patrimônio ou de patrulhamento ostensivo – esta função da Polícia Militar. Também perguntou se o petista iria ampliar o armamento da corporação.
O candidato do PT respondeu que a Prefeitura deve integrar ações de órgãos estaduais e federais para tocar políticas nessa área e lembrou da sua proposta de instalar um pelotão da Guarda em cada regional de Fortaleza. Disse, ainda, que vai “valorizar” a corporação e convocar os profissionais remanescentes do último concurso público da Prefeitura, realizado em 2023. Além disso, informou a pretensão de integrar as câmeras de videomonitoramento do Município às do Governo do Estado.
Para fechar o bloco, a jornalista Dahiana Araújo, editora de DN Ceará, questionou André sobre como o candidato universalizaria o ensino em tempo integral na Capital e que outras ações executaria no âmbito da educação, além do horário estendido e das creches.
O candidato do PL disse que conversou com o ex-prefeito Roberto Cláudio sobre o orçamento para a área, e foi informado que havia caixa suficiente para levar o ensino em tempo integral a 100% dos estudantes. Ainda sobre educação, André afirmou que vai usar os fins de semana para promover ações contra as drogas junto a alunos da rede pública.
4º bloco
O quarto bloco foi marcado por duas rodadas de perguntas e respostas, com temas livres, e considerações finais. Primeiro a perguntar, André questionou Evandro sobre uma foto do petista com o Arlindo Maracanã, em 2013, no período em que o Fortaleza Esporte Clube não conseguiu sair da série C para a B do campeonato brasileiro.
"Aquela foto que você postou e viralizou com o Arlindo Maracanã, com um pacote de dinheiro vivo, era comemorando que o Fortaleza não subiu da série C para a série B? Você se orgulha que um time cearense não venha a subir, a ter acesso à série B?", questionou o candidato do PL.
Evandro rebateu, alegando que, diferente do oponente, tem "orgulho de ter sido um dirigente desportivo".
"Eu me orgulho de ter sido um dirigente desportivo, dirigente do Ceará Sporting Club, onde eu tirei o Ceará de uma situação extremamente ruim e deixei o Ceará num patamar completamente diferente. Diferente de você, eu tenho outras experiências. (...) A única experiência que você tem é em administrar perfis nas redes sociais", respondeu.
Na segunda rodada, Evandro iniciou o debate. Na ocasião, ele afirmou que Fernandes e Jair Bolsonaro, na época da pandemia da Covid-19, "negaram a ciência", se posicionaram "contra a vacina" e reafirmou que o postulante do PL "vai chamar a capitã Cloroquina, a Mayra, para estar à frente da pasta da Saúde".
André respondeu que o oponente "já começa mentindo", pois não tem nenhum secretário indicado ainda. "O que eu tenho é um conselho que me ajudou a construir meu plano de Governo. (...) Em 17 de fevereiro de 2022, eu me vacinei, inclusive tem matéria aqui na rede de jornal do Sistema Verdes Mares", complementou, acrescentando que o adversário é quem já "loteou" espaços públicos.
Evandro, então, disse para André "parar de mentir". "Eu não loteei absolutamente nada. Ele disse que se vacinou em 2022. Quando foi a pandemia? Ele já chamou a capitã Cloroquina, a Mayra, aquela que passava remédio de verme para a população. Mais de 700 mil mortes tivemos aqui e, simplesmente, através do incentivo, da contribuição desse candidato que aqui está", concluiu.