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STF ouve réus sobre golpe: confira os destaques dos depoimentos ligados a Bolsonaro

O Diário do Nordeste listou os destaques do depoimento do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 17:48)

Primeiro interrogado nesta segunda-feira (9), durante o julgamento de tentativa de golpe de Estado em 2022, o delator e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, detalhou como funcionaria a tomada de poder.

O Diário do Nordeste listou os destaques do depoimento do militar.

ENCONTRO COM BOLSONARO

Pouco antes do início do interrogatório, Cid e Bolsonaro se cumprimentaram.

Contudo, como os réus estão proibidos de estabelecerem qualquer tipo de comunicação, eles não puderam conversar no encontro.

No STF, Mauro Cid e Jair Bolsonaro se cumprimentam para matéria sobre os destaques dos depoimentos
Legenda: Mauro Cid e Jair Bolsonaro se cumprimentaram pouco antes do início do interrogatório
Foto: Ton Molina/STF

CID CONFIRMA PLANO DE GOLPE

Logo no início do interrogatório, Cid confirmou que houve articulação para um golpe de Estado no Brasil.

Ele disse que "presenciou grande parte dos fatos, mas não participou deles". 

MINUTA DO GOLPE

Mauro Cid também reafirmou a informação de que havia uma "minuta do golpe" com a previsão de sanções contra autoridades públicas do País. 

Segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o então presidente teve acesso ao documento e aperfeiçoou as medidas previstas.

Jair Bolsonaro no STF ouvindo o réu Mauro Cid sobre golpe: veja os destaques dos depoimentos
Legenda: O ex-presidente Jair Bolsonaro acompanha o interrogatório
Foto: Ton Molina/STF

MORAES PRESO

Cid disse ainda que Bolsonaro retirou algumas autoridades da lista de alvos de prisão após o golpe, deixando apenas o magistrado.

"(Bolsonaro) recebeu e leu (a minuta). Ele enxugou o documento, basicamente, retirando as autoridades das prisões, somente o senhor (Moraes) ficaria como preso. O resto, não", disse Cid.

FRAUDE ELEITORAL

O delator detalhou também a pressão feita pelo então presidente Jair Bolsonaro por um relatório indiciando fraude nas urnas eleitorais em 2022.

Segundo Cid, o então ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira, era alvo dessa pressão por um documento mais "duro" e "político", enquanto os militares responsáveis pela investigação tinham um parecer mais "técnico" e "sem indicativo de fraude".

Veja também

ATUAÇÃO DO GENERAL BRAGA NETO

Mauro Cid disse que Braga Netto abastecia a cúpula da Presidência com informações sobre os acampamentos de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro montados em frente a quartéis do Exército. 

O delator afirmou também que Braga Netto repassou recursos financeiros para o major Rafael de Oliveira.

Militar do grupo especial conhecido como "kids pretos", Rafael é investigado por suspeito de planejar a morte de autoridades brasileiras.

Réus no STF para matéria sobre os destaques dos depoimentos ligados a Bolsonaro
Legenda: Outros réus acompanham sessão no STF
Foto: Ton Molina/STF

PRÓXIMOS DEPOENTES

Além de Cid, outros seis réus serão são julgados neste "núcleo" do caso. O interrogatório é presencial e é feito pela Primeira Turma do STF, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. 

Bolsonaro será o sexto a ser ouvido. Entre os réus estão ainda os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o ex-comandante da Marinha. Braga Netto, que está preso no Rio de Janeiro, deve falar por vídeo. 

Veja quem são os denunciados​

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.
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