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'Requisito' para a LDO, nova versão do Arcabouço Fiscal deve ser apresentada na segunda (14)

Relator do substituto do Teto de Gastos diz que ainda há tempo para que proposição seja apreciada antes das diretrizes orçamentárias

Escrito por Redação ,
Foto de Cláudio Cajado na tribuna da Câmara dos Deputados
Legenda: Câmara dos Deputados tem até o dia 31 de agosto para apreciar LDO
Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

O relator do Arcabouço Fiscal, o deputado federal Cláudio Cajado (PP), anunciou que a nova versão do texto deverá ser apresentada na Câmara dos Deputados na próxima segunda-feira (14). O anúncio do parlamentar aconteceu após uma reunião entre líderes, realizada na última terça-feira (8), onde os envolvidos discutiram ajustes em trechos da legislação que são motivos de divergências entre o governo e o Congresso. 

A legislação foi aprovada pela Câmara em abril e pelo Senado Federal em junho. Devido às alterações feitas pelos senadores, a proposição de autoria do Executivo voltou para a Casa Baixa para ser apreciada novamente. A previsão é de que a matéria seja votada na mesma semana.

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O substituto do Teto de Gastos, criado durante o Governo Temer, tem em seu conteúdo três fundos debatidos com maior ênfase entre representantes do Governo Lula e do Legislativo, justamente por estarem fora do limite estabelecido pela regra fiscal. Estão nessa lista o Fundo Constitucional do Distrito Federal, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e os recursos para o setor de ciência e tecnologia.

Segundo publicou o Congresso em Foco, Cajado indicou que mais uma rodada de conversas entre as lideranças deverá ocorrer na segunda-feira. "Com essa reunião, acho que esgotaremos todas essas alterações e faremos com que o consenso prevaleça, e o relatório que eu for apresentar não seja apenas aquilo que eu penso e acho, mas o conjunto dos líderes e do presidente Arthur", afirmou o progressista à publicação.

A expectativa do Governo Federal é de que o Arcabouço Fiscal seja aprovado antes da data limite para a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no próximo dia 31 de agosto. Caso isso não aconteça, as diretrizes orçamentárias deverão ser construídas com base no Teto de Gastos, o que limitaria de forma expressiva os investimentos projetados pela União para o próximo ano.

Designado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional como o relator da LDO, o deputado federal Danilo Forte (União-CE) falou ao Diário do Nordeste, na última terça-feira (8), antes do encontro de líderes, que o texto final da lei, que é uma das partes que compõem o planejamento orçamentário da União para o próximo ano, dependerá da votação do Arcabouço Fiscal pela Câmara dos Deputados. 

Segundo ele, após as modificações feitas pelo Senado Federal na regra fiscal, o Ministério do Planejamento atualizou trechos da lei orçamentária e o trabalho dos parlamentares agora se dará em função de ajustes que adéquem-na ao espaço reservado para o investimento e o custeio da máquina pública. "Vamos ter audiências públicas nos estados, nas comissões temática da Câmara e do Senado e na CMO", indicou.

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"Após votado o arcabouço é que vamos votar a LDO, para termos um Orçamento real, factível e executável. Chega de Orçamento fabricado, inflado para atender demanda política ou desejo de quem quer que seja. Orçamento tem que ser a realidade dos fatos, até para inibir as famosas 'pedaladas fiscais'", disse o cearense, evidenciando o caráter preventivo de uma previsão próxima da realidade financeira e econômica do país.

Forte afirmou ainda que uma reunião do colégio de líderes iria definir o cronograma de apreciação do Arcabouço, para que, logo depois, os parlamentares prosseguir na construção das diretrizes orçamentárias.

"Ele chegou agora. O grupo de trabalho está discutindo as modificações feitas no Senado, porque diminuiu o espaço fiscal, de investimentos e a autonomia dos gastos que precisam ser feitos no próximo ano, inclusive para o próprio PAC, que o governo está fazendo uma grande festa de lançamento, mas não temos orçamento para ele hoje", explicou na ocasião.

Na visão do político, é mesmo necessário que a âncora fiscal seja aprovada até o dia 31 de agosto, pois assim poderá ter uma definição mais clara do volume dos recursos e em quais áreas poderão ser aplicados.

"Provavelmente na próxima semana iniciaremos os trabalhos convidando a ministra para fazer uma explanação do que o governo pensa para o Orçamento de 2024", finalizou, se referindo ao encontro com a titular do Ministério do Planejamento, Simone Tebet (MDB).

Ao Congresso em Foco, Cajado garantiu que há tempo para que tudo ocorra como o planejado pelo Governo. "Há espaço para se discutir essa matéria na próxima semana. (…) Isso vai depender de Arthur Lira e dos líderes, mas a minha posição é que eu tenho o relatório pronto, segunda-feira vamos apresentar, fazer essa discussão e eu espero que votemos", concluiu.

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