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Polícia captura suspeitos de ameaças a candidatos em Sobral e em Jeri; veja o que se sabe do esquema

As informações foram divulgadas pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, na sede da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (Denarc)

Escrito por
Ingrid Campos, Luana Severo, Isabella Rifane* producaodiario@svm.com.br
Polícia Civil do Estado do Ceará
Legenda: A Polícia Civil do Estado do Ceará atua para combater violência nas eleições de 2024
Foto: Divulgação/SSPDS

Dando seguimento às ações de combate à violência no contexto das eleições municipais, a Polícia Civil do Ceará capturou, entre segunda (23) e terça-feira (24), três homens suspeitos de ameaçarem candidatos e eleitores na região Norte do Estado. Os crimes teriam sido cometidos em Sobral e em Jijoca de Jericoacoara. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, na sede da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (Denarc). 

Em Sobral, dois homens foram detidos nesta terça, após ameaças à candidata a prefeita e ex-governadora Izolda Cela (PSB), totalizando três prisões por ocorrências no município. Durante as diligências, uma mulher de 38 anos também foi conduzida às autoridades em flagrante por tráfico de drogas. 

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Já em Jijoca, um homem de 23 anos foi preso na segunda-feira suspeito de compartilhar, nas redes sociais, mensagem de cunho político com ameaças a eleitores de um candidato a prefeito na cidade. 

Nestas eleições municipais, o clima de violência tem se espalhado pelo Estado, sobretudo em Sobral, Jijoca, Caucaia, Santa Quitéria e Morada Nova, onde foram registrados casos de ameaças e ataques a atos de campanha de candidatos(as) a prefeito(a).

Não à toa, 26 cidades cearenses devem receber tropas federais para reforçar a segurança nestes territórios durante a votação. O número é mais do que o dobro do contingente patrulhado nas eleições de 2020, quando 10 cidades foram contempladas. O número de cidades com reforço aumentou após uma avaliação mais detalhada da situação. 

O que se sabe

A primeira captura sobre o caso de Sobral foi realizada pela Polícia Militar em 2 de setembro, dando base para o aprofundamento das investigações. Segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Norte (DPJI-Norte), Marcos Aurélio Elias de França, após liberação da Justiça, as autoridades tiveram acesso ao seu aparelho celular, no qual foi verificada a existência de um grupo criado no WhatsApp com membros de uma facção criminosa.

Conforme as investigações, mensagens revelaram o objetivo específico de atacar os eleitores da candidata Izolda Cela que participaram dos seus eventos políticos. Os membros do grupo foram identificados e viraram alvo de mandados de prisão. Ao todo, são cinco: três em Sobral – dois já detidos e um foragido – e dois no Rio de Janeiro.

Os capturados pela Polícia são identificados como um homem de 31 anos e outro de 28 anos, com antecedentes criminais por tráfico de drogas e roubo de veículos. São cumpridos, ainda, 17 mandados de busca e apreensão relacionados ao caso em Itaitinga. 

Segundo o delegado, as ameaças saíram do ambiente digital e resultaram em episódios de agressões físicas, como as sofridas pelo ex-prefeito de Sobral e marido de Izolda, Veveu Arruda, e outro relacionado à explosão de rojões, que teriam acertado apoiadores da candidata e crianças.

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Sobre a captura do suspeito em Jijoca de Jericoacoara, também há investigações em curso sobre suposta participação de facções criminosas. O suspeito teria compartilhado um comunicado coagindo moradores a não comparecer a um comício de um candidato a prefeito no município.

"O caso dele é algo mais do que uma simples ameaça. Ele está ameaçando o processo eleitoral, o Estado democrático de direito, e está impedindo o direito universal ao sufrágio. Além disso, há indícios de participação dele com organização criminosa, que nós iremos evoluir na investigação, por isso que ele não foi autuado. Nós instauramos o inquérito, vamos ouvir testemunhas, ele foi preso, conduzido para a delegacia e apresentado para a autoridade policial. Lá, nós iremos aprofundar para tentar identificar quem financiou e qual o interesse em fazer essa publicação", explicou Marcos França.

Os inquéritos serão encaminhados à Polícia Federal, que seguirá com as investigações cabíveis. 

*Sob supervisão de Jéssica Welma.

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