Passe Livre Estudantil deve ir a plenário da Câmara na próxima semana, diz líder do Governo Sarto
Projeto de lei tramita no Legislativo municipal desde setembro, quando foi enviado pelo Executivo
Em tramitação na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), o Passe Livre Estudantil deverá ser votado na próxima semana. A informação foi concedida pelo líder do Governo Sarto na Casa Legislativa, o vereador Carlos Mesquita (PDT), em entrevista ao Diário do Nordeste nesta sexta-feira (3).
"A partir de terça-feira nós vamos finalizar o passe livre estudantil, que teve alguns 'enganchos', algumas coisas até no processo técnico de como fazer isso nos ônibus e foi pedido um tempo para se adequar isso. Estou negociando com vereadores algumas emendas que, por gerar despesa para o Município, não podem ser feitas por vereadores", salientou.
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O pedetista prospectou ainda que a sanção poderá ocorrer até o próximo dia 9 de novembro. "Acredito que até quinta-feira está tudo feito, pronto para o prefeito, espero eu, fazer uma grande festa lá na Praia de Iracema", comentou a liderança.
A proposição teve o mérito aprovado pelo Plenário Fausto Arruda no último dia 28 de setembro e atualmente encontra-se na fase de apreciação das emendas apresentadas pelos parlamentares, que está sob a responsabilidade da relatoria do próprio Mesquita.
Ao todo, 34 emendas foram apresentadas ao texto original pelos vereadores de Fortaleza. As sugestões pretendem, dentre outros pontos, alterar o nome da política pública, ampliar a cobertura do benefício e até mesmo estruturar um modelo de avaliação de possíveis irregularidades no uso do benefício.
Regras previstas
Enviado pelo prefeito José Sarto (PDT) em setembro deste ano, a medida busca conceder duas passagens gratuitas por dia útil para cada aluno portador da Carteira Estudantil, documento vinculado ao Bilhete Único.
Quando chegou ao Legislativo, o próprio presidente Gardel Rolim (PDT) previu que a votação acontecesse em até dez dias após a chegada da mensagem, repassada para os legisladores com um pedido de urgência. Segundo ele, os colegas dariam "prioridade máxima" para o Passe Livre. O prazo não se cumpriu.
Dentre as regras estipuladas na redação inicial estão a de que a gratuidade só valerá para os dias letivos, conforme o calendário estabelecido pelas instituições de ensino, e a de que os usuários que ultrapassarem o limite de créditos diário poderão usufruir do benefício da meia-passagem.
Num primeiro momento, conforme está expresso na proposta remetida ao Legislativo fortalezense, o raio de beneficiários ficará restrito aos estudantes residentes na cidade. No entanto, de acordo com o gestor municipal, a intenção é que a política também passe a incluir de forma gradual outros segmentos da população.
Um mês antes do envio para a Câmara, Sarto declarou nas redes sociais que espera a implementação da iniciativa ainda neste ano. Conforme projeções da Prefeitura, de imediato, o benefício deve se estender às 340 mil carteiras de estudante já emitidas.
A política de transporte proposta foi modelada por um grupo de trabalho do Município criado em janeiro deste ano. Entre as atribuições da instância estão o monitoramento e avaliação do transporte público da cidade.
Passe não irá impactar no transporte escolar
Pelo que explicou a administração municipal quando do início da tramitação, embora beneficie todo o público estudantil de Fortaleza, a criação do passe não irá inviabilizar a continuidade do serviço de transporte escolar prestado pela Secretaria de Educação, caso o projeto de lei seja apreciado sem mudanças.
Pelo que esclareceu a pasta, as duas políticas têm direcionamentos distintos, uma vez que a demanda suprida por ônibus escolares é diferente daquela dos estudantes usuários do transporte público. Com a aprovação do projeto, será possível ter duas passagens para ir e voltar ao local de estudo.
Dados informados pelo Executivo municipal indicam que o custo mensal para manter a oferta do transporte escolar é de aproximadamente R$ 1,3 milhão. Com isso, o investimento anual para manutenção dos ônibus em questão é superior aos R$ 15 milhões.
Em contrapartida, outros R$ 23,1 milhões serão desembolsados por ano para promover a isenção do pagamento de tarifa para os alunos na utilização do sistema de coletivos da Capital.