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No Ceará, Lula condena violência doméstica: 'Homem que bate em mulher não precisa votar em mim'

Presidente convocou "homens de bem" para uma campanha nacional contra os agressores.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 11:37)
foto do presidente Lula.
Legenda: Lula relembrou que a Lei Maria da Penha foi sancionada durante o seu antigo mandato, em 2006.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Durante visita ao Ceará nesta quarta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou “homens de bem” para uma campanha nacional contra a violência doméstica. “Homem que bate em mulher não precisa votar em mim”, enfatizou o petista, nesta manhã, durante entrevista à jornalista Karla Moura no Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares.

Questionado sobre os casos de violência contra a mulher, o presidente afirmou: “Eu acho que nós precisamos juntar todos os homens de bem neste País. É uma campanha de homem para homem, de homem que tem vergonha na cara, que tem caráter, respeito, que quer criar sua família. Se você não gosta mais dela, você vai embora”, afirmou Lula.

Na declaração, o presidente disse que não há tolerância para os agressores.

Homem que bate em mulher não precisa votar em mim. Essa mão que bate em mulher não precisa votar em mim. Porque é uma vergonha alguém ser violento. A mão da gente foi feita para trabalhar, foi feita para fazer cafuné e não para fazer violência na mulher.
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente

Ao ser questionado sobre quais políticas públicas estão sendo adotadas para o enfrentamento à violência doméstica, o presidente diz ter assumido a tarefa de tentar criar uma mobilização de homens no Brasil.

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Lula ainda citou casos recentes de mulheres que foram brutalmente violentadas pelos parceiros para ilustrar o discurso.

Não é uma coisa de mulher, é uma coisa de homem. Porque a violência é do homem contra a mulher. Então, nós homens vamos ter que criar juízo, criar vergonha, nos educar, ao invés de ser violento contra a mulher, a gente trata com respeito”, disse.

“O que não dá é para você aceitar como normal. O cidadão achar que ele tem direito sobre a companheira dele, que ele pode bater, que ele pode espancar”, completou.

Lula relembrou que a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) foi sancionada durante o seu antigo mandato, em 2006. No entanto, a violência contra as mulheres cresceu, disse o presidente.

“Eu cansei. A gente aprovou a Maria da Penha no meu primeiro governo e eu pensei que ia diminuir a violência. A violência aumenta a cada dia. E não é só no meio do pobre, não. É na classe média e na classe rica também”, enfatizou.

Articulação com os Três Poderes

Na primeira agenda de governo do dia, o presidente Lula voltou a rechaçar a violência contra a mulher. A declaração foi feita em evento de entrega das Carteiras Nacionais Docentes, organizado pelo Ministério da Educação (MEC).

Na ocasião, ele reforçou que o assunto entrará na sua agenda política com mais intensidade. "É preciso mudar o comportamento, e eu vou liderar um movimento. Vou conversar com todos os Poderes deste País. Nós, homens que temos caráter e dignidade e tratamos as mulheres com respeito, não podemos aceitar que alguém ligado a gente seja violento contra a mulher", comentou.

"Daqui para frente, quero que as mulheres e os homens saibam: eu serei um soldado nessa luta contra o feminicídio e a violência contra a mulher brasileira", concluiu o presidente. 

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