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Hugo Motta suspende escolta de deputada que o criticou, mas nega retaliação

Segundo o presidente da Câmara, a decisão teve um caráter técnico

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
Talíria Petrone lê discurso no Plenário da Câmara dos Deputados.
Legenda: Petrone foi ameaçada em 2020, após uma denúncia anônima informar que grupos milicianos planejavam sua morte.
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados.

A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) denunciou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), suspendeu a escolta que ela recebia da Polícia Legislativa desde que passou a ser alvo de ameaças.

Segundo a parlamentar do Psol, a medida foi tomada sem qualquer aviso e seria uma retaliação às críticas que ela fez ao presidente da Casa. Motta, no entanto, nega a acusação.

“Eu gostaria de dizer que não, mas, para mim, isso soa como retaliação. Minha opinião política não pode ser motivo para a minha desproteção. Eu espero verdadeiramente que isso seja revertido”, afirmou Talíria Petrone, em declaração ao blog da Andréia Sadi.

A deputada disse que, por enquanto, irá contratar escolta privada para garantir a própria segurança e a de seus filhos.

“Alegaram que eu usei Uber, frequentei lugares com aglomeração, fui ao samba e saí de madrugada. Dizem que isso coloca minha vida em risco. É uma justificativa absurda”, disse. “Tenho escolta há sete anos e meio. Eventualmente faço coisas comuns da vida cotidiana. Isso faz parte da minha humanidade”, completou.

Os embates entre eles chegaram a um novo patamar na última semana, quando a cassação do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) foi analisada pelo Plenário. O parlamentar foi suspenso por seis meses, ainda assim, o resultado foi visto como uma derrota para Motta, que defendia a cassação.

De acordo com informações do blog, Hugo Motta alegou que a suspensão da escolta foi baseada em critérios técnicos, mas afirmou que irá reavaliar a decisão. Ele informou ainda que mantém contato com a parlamentar para tentar resolver a situação.

Ao blog da Andréia Sadi, Talíria Petrone confirmou a conversa com Motta e disse que o presidente da Câmara negou veementemente qualquer retaliação. Segundo ela, a justificativa informada para a decisão foi de que o homem responsável pelas ameaças contra a deputada está preso.

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