Hugo Motta suspende escolta de deputada que o criticou, mas nega retaliação
Segundo o presidente da Câmara, a decisão teve um caráter técnico
A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) denunciou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), suspendeu a escolta que ela recebia da Polícia Legislativa desde que passou a ser alvo de ameaças.
Segundo a parlamentar do Psol, a medida foi tomada sem qualquer aviso e seria uma retaliação às críticas que ela fez ao presidente da Casa. Motta, no entanto, nega a acusação.
“Eu gostaria de dizer que não, mas, para mim, isso soa como retaliação. Minha opinião política não pode ser motivo para a minha desproteção. Eu espero verdadeiramente que isso seja revertido”, afirmou Talíria Petrone, em declaração ao blog da Andréia Sadi.
A deputada disse que, por enquanto, irá contratar escolta privada para garantir a própria segurança e a de seus filhos.
“Alegaram que eu usei Uber, frequentei lugares com aglomeração, fui ao samba e saí de madrugada. Dizem que isso coloca minha vida em risco. É uma justificativa absurda”, disse. “Tenho escolta há sete anos e meio. Eventualmente faço coisas comuns da vida cotidiana. Isso faz parte da minha humanidade”, completou.
Os embates entre eles chegaram a um novo patamar na última semana, quando a cassação do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) foi analisada pelo Plenário. O parlamentar foi suspenso por seis meses, ainda assim, o resultado foi visto como uma derrota para Motta, que defendia a cassação.
De acordo com informações do blog, Hugo Motta alegou que a suspensão da escolta foi baseada em critérios técnicos, mas afirmou que irá reavaliar a decisão. Ele informou ainda que mantém contato com a parlamentar para tentar resolver a situação.
Ao blog da Andréia Sadi, Talíria Petrone confirmou a conversa com Motta e disse que o presidente da Câmara negou veementemente qualquer retaliação. Segundo ela, a justificativa informada para a decisão foi de que o homem responsável pelas ameaças contra a deputada está preso.