Eunício Oliveira terá encontro com Lula e Camilo para tentar emplacar candidatura no Ceará
O ex-senador não descarta, ainda, apoio a um nome do PDT, a depender de quem for, mas tem se articulado caso a ruptura no grupo governista seja confirmada
Diante da escalada da crise sobre quem deve ser o candidato do grupo governista à sucessão estadual, o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) se encontrará com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na próxima segunda-feira (18), para discutir a situação político-eleitoral do Ceará e do País.
Na mesma semana, segundo ele, se reunirá com o ex-governador Camilo Santana (PT). A agenda do ex-mandatário, por sua vez, ainda não foi confirmada.
Em meio à crise interna e externa no PDT diante da polarização entre as pré-candidaturas da governadora Izolda Cela e do ex-prefeito Roberto Cláudio, o emedebista cogita emplacar uma candidatura ao Governo do Estado. Nessa terça (12), ele esteve reunido na sede do MDB Ceará com pré-candidatos ao Legislativo e com a bancada estadual.
Com a possibilidade de ruptura entre PT e PDT batendo à porta, ele tenta se cacifar na disputa pelo Palácio da Abolição com o apoio do PT – no cenário atual, a chance é remota, tendo em vista que o próprio Partido do Trabalhadores cogita outros nomes.
Apesar de negar uma pré-candidatura ao Palácio da Abolição, o presidente do MDB no Ceará alega que seu nome "está à disposição" – desde que com o apoio de Lula, Camilo e de outros partidos políticos.
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"A posição do meu partido é que eu me coloque como pré-candidato, eu disse que eu me colocarei numa posição de fazer o palanque do presidente Lula da seguinte forma: presidente Lula tem que vir ao Ceará pelo menos em duas cidades, com aliança com Camilo Santana, com o Partido dos Trabalhadores e agregando outros partidos políticos, como o PP, do deputado Zezinho Albuquerque. Essa seria uma condição de eu me colocar como candidato a governador", ressaltou.
Questionado se a cabeça e chapa poderia sair do PT, o ex-senador disse aberto à alternativa, desde que participe da decisão.
"Se o PT junto com o MDB construírem uma candidatura majoritária, eu estarei participando dessa decisão. Vai depender do que nós acertarmos, de quem tiver melhor condição de ganhar a eleição. A eleição não é para fazer figuração, é para ganhar, para dar resultado positivo. Nós não podemos ter um candidato apenas por birra contra A ou contra B"
Reunião com Lula
A reunião de Eunício com o ex-presidente, em São Paulo, deve contar também com a presença dos senadores Eduardo Braga (MDB-PA), Renan Calheiros (MDB-AL) e Veneziano Vital (MDB-PB) e outras lideranças partidárias estaduais. Apesar da senadora Simone Tebet (MDB-MT) ser a pré-candidata do partido à Presidência da República, o MDB liberou agremiações estaduais do Nordeste para fazerem palanque à Lula. O diretório do Ceará, presidido por Eunício, é um deles.
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O encontro do ex-senador e Lula ocorrerá no mesmo dia que o PDT deve definir quais dos quatro pré-candidatos vai disputar a sucessão. Se a decisão não sair por consenso, será por voto interno, conforme anunciaram deputados da sigla.
Além de Izolda e Roberto Cláudio, também são pré-candidato pelo PDT o deputado federal Mauro Filho e o presidente da Assembleia, deputado Evandro Leitão – que tem atuado abertamente para a governadora disputar a reeleição.
Acenos
Eunício é uma das lideranças que tem feito acenos ao nome de Izolda, tendo vetado a possibilidade de uma aliança com Roberto Cláudio. A pré-candidatura da governadora também é defendida pelo ex-governador Camilo Santana, pelo PT, PC do B, PP e PV. A maioria dos deputados estaduais e federais também são favoráveis ao nome dela, enquanto parte da cúpula do PDT tem manifestado apoio a Roberto.
Na terça, o emedebista disse que ainda está aberto a negociar a aliança para se manter no grupo governista caso a escolhida seja a governadora. Todavia, ele diz não ter mais um compromisso de ter que fechar o apoio, mesmo que ela seja a escolhida, devido à demora do partido em oficializar a decisão.
"Eu disse a ela que 'se seu partido anunciar o seu nome até o dia 10 (de julho), o meu partido vai apoiar a senhora, governadora. Passou dia 10, isso não significa que não posso apoiar a governadora Izolda. (...) Mas o partido dela disse que mais alguns dias, na segunda-feira (18), decidiram quem seria o candidato. Repito: se for a governadora Izolda tem abertura para discutir",