Legislativo Judiciário Executivo

Em 1ª fala após libertação, Luizianne diz que grupo foi tratado como 'terroristas' por Israel

A cearense e mais 13 brasileiros foram libertados na segunda-feira (7). Eles foram enviados à Jordânia e devem chegar ao Brasil na próxima quinta-feira (9)

Escrito por
Igor Cavalcante igor.cavalcante@svm.com.br
(Atualizado às 21:03)
Montagem com duas fotos lado a lado. À esquerda, Luizianne de aparência cansada está sentada em um sofá, com as pernas cruzadas e um lenço com padrão preto e branco nos ombros; ela olha séria para a câmera, e há uma legenda parcial escrita na imagem. À direita, um grupo de oito pessoas posa sorridente para a foto em um ambiente interno, todos vestindo roupas claras e com gestos de punho erguido ou sinal de paz; a mesma mulher loira aparece entre eles, também sorrindo.
Legenda: Luizianne Lins falou pela primeira vez após ser libertada
Foto: Divulgação/Luizianne Lins

A deputada federal cearense Luizianne Lins (PT) comentou, pela primeira vez, sobre detenção enfrentada em Israel. Ela e cerca de 420 outros ativistas de diversas nacionalidades tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, mas foram interceptados por forças de Israel. Segundo a parlamentar, todos foram tratados como "terroristas" e foram vítimas de diversas "violações" e "truculência".

Atualmente abrigada na embaixada do Brasil na Jordânia, ela gravou um vídeo em que agradece pelo apoio durante a empreitada internacional.

"Ficamos sem comunicação após a interceptação, passamos seis dias no presídio de segurança máxima. Foram muitas violações, foi muita truculência, uma situação muito difícil, mas quero dizer que com toda dificuldade esses dias não tem nada comparado ao de mais de 10 mil palestinos presos, dentre deles 400 crianças. É a situação que Gaza vive hoje, com o terrorismo de estado praticado por Israel", disse.

A cearense disse que dará mais detalhes da missão e da interceptação. "Fomos sequestrados pelo Exército israelense, não estávamos em águas israelenses, estávamos chegando a Gaza, e após isso o Exército de Israel tomou o controle do barco e nos levou para o Porto de Asdode e fomos considerados presos", contou. 

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"Segundo  o ministro da Segurança Nacional de Israel e o próprio (presidente) Netanyahu, iriamos ser tratados como terroristas, e assim fizeram. Todo tipo de violação, cheguei sem nenhuma mala e sem nenhuma bolsa porque eles levaram tudo", concluiu.

Interceptação

As embarcações com ativistas foram interceptadas no dia 1º de outubro. Em um vídeo previamente gravado, a própria parlamentar informou sobre a chegada dos agentes israelenses.

De imediato, o governo brasileiro se manifestou, por meio de nota, condenando a ação militar. “Diante das primeiras notícias de detenção de nacionais brasileiros a bordo de embarcações da flotilha, entre eles a deputada federal Luizianne Lins, o Brasil recorda o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e ressalta o caráter pacífico da flotilha”, afirmou.

A petista e os outros ativistas ficaram dias incomunicáveis. Somente na sexta-feira (3), surgiram as primeiras informações sobre eles. Luizianne relatou que o governo de Israel submeteu os detidos a "condições degradantes, uso de violência psicológica e falta de tratamento médico adequado".

À época, a assessoria da parlamentar informou ainda que o grupo ficou o primeiro dia de detenção sem água e comida.

 

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