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'Demarcação territorial será nossa prioridade', diz secretária dos Povos Indígenas do Ceará

Essa é a primeira vez que o Estado cria uma secretaria para tratar exclusivamente de políticas públicas para os povos originários

Escrito por Alessandra Castro, Igor Cavalcante ,
Juliana Alves, cacika Irê
Legenda: Julia é professora indígena e mestre em Antropologia
Foto: Fabiane de Paula

Primeira secretária da história dos Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves, cacika Irê do povo Jenipapo-Kanindé, disse que a demarcação de terra no Estado será um prioridade durante a sua gestão. 

Com a posse do governador Elmano de Freitas (PT), neste domingo (1º), Juliana Alves também tomou posse como secretária. 

"Hoje, nós somos 15 povos, onde apenas uma única terra se encontra demarcada, que é a terra do povo Tremembé do Córrego João Pereira (que fica entre Itarema e Acaraú). É uma terra que foi doação do próprio Incra e a gente sabe da legitimidade do próprio Estado para fazer isso, com relação à questão de comprar e fazer essa doação aos povos indígenas em seus territórios"
Juliana Alves
Secretária dos Povos Indígenas

Juliana destacou, ainda, que pretende levar aos territórios indígenas políticas públicas que já estão implementadas em todo o Ceará, mas não chega aos territórios indígenas.

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"Para além disso (da demarcação de terra), levar até os territórios as areninhas, as academias populares. Todas essas conquistas que o Estado traz, mas não consegue atender e chegar até os territórios indígenas", acrescentou.

Secretaria dos Povos Indígenas

Pauta tratada pela antiga secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), a criação de uma pasta própria dos Povos Indígenas busca dar mais visibilidades à essa população. Essa é a primeira vez que o Estado cria uma secretaria para tratar exclusivamente de políticas públicas para os povos originários do Ceará.

Titular da nova secretaria, Juliana Alves é professora e já foi direto da Escola Indígena do Povo Jenipapo-Kanindé. Possui licenciatura em Educação Indígena e mestrado em Antropologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). 

Além disso, Juliana Alves é cofundadora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga).

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