Defesa de Bolsonaro pede para adiar depoimento do ex-presidente à PF
Bolsonaro foi intimado a depor na próxima quinta-feira (22)
Os advogados de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitaram o adiamento do depoimento do político para a Polícia Federal no inquérito que apura o envolvimento de integrantes do ex-governo e militares em tramas golpistas. Bolsonaro foi intimado nesta segunda-feira (19) a depor na quinta (22), conforme o blog da jornalista Andréia Sadi.
O coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, também foi intimado a prestar depoimento no mesmo dia, sobre o mesmo assunto.
De acordo com o G1, que teve acesso ao documento enviado pela defesa de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente "opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno".
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Na condição, os juristas se referem a "supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório". Os aparelhos foram apreendidos na Operação Tempus Veritatis, que mira a organização que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, visando a obtenção de vantagem política para manter Bolsonaro na Presidência da República.
Além disso, a defesa afirmou que o ex-mandatário tem "total interesse em cooperar plenamente com a investigação e provar sua inocência", mas que, neste momento, ele estaria buscando preservar o direito à ampla defesa.
Outro pedido feito pelos advogados foi de acesso à delação premiada do ex-ajudante de ordens da Presidência, o coronel Mauro Cid.
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Operação Tempus Veritatis
A operação foi deflagrada no último 8 de fevereiro e mira, além do ex-presidente, ex-ministros e ex-assessores investigados por tentar dar um golpe de Estado no Brasil e invalidar as eleições do ano passado, vencidas pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A investigação envolve uma reunião ministerial em julho de 2022, na qual Bolsonaro afirma a ministros que eles não poderiam esperar o fim do pleito para agir.