Polícia captura suspeitos de ameaças a candidatos em Sobral e em Jeri; veja o que se sabe do esquema

As informações foram divulgadas pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, na sede da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (Denarc)

Dando seguimento às ações de combate à violência no contexto das eleições municipais, a Polícia Civil do Ceará capturou, entre segunda (23) e terça-feira (24), três homens suspeitos de ameaçarem candidatos e eleitores na região Norte do Estado. Os crimes teriam sido cometidos em Sobral e em Jijoca de Jericoacoara. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, na sede da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (Denarc). 

Em Sobral, dois homens foram detidos nesta terça, após ameaças à candidata a prefeita e ex-governadora Izolda Cela (PSB), totalizando três prisões por ocorrências no município. Durante as diligências, uma mulher de 38 anos também foi conduzida às autoridades em flagrante por tráfico de drogas. 

Já em Jijoca, um homem de 23 anos foi preso na segunda-feira suspeito de compartilhar, nas redes sociais, mensagem de cunho político com ameaças a eleitores de um candidato a prefeito na cidade. 

Nestas eleições municipais, o clima de violência tem se espalhado pelo Estado, sobretudo em Sobral, Jijoca, Caucaia, Santa Quitéria e Morada Nova, onde foram registrados casos de ameaças e ataques a atos de campanha de candidatos(as) a prefeito(a).

Não à toa, 26 cidades cearenses devem receber tropas federais para reforçar a segurança nestes territórios durante a votação. O número é mais do que o dobro do contingente patrulhado nas eleições de 2020, quando 10 cidades foram contempladas. O número de cidades com reforço aumentou após uma avaliação mais detalhada da situação. 

O que se sabe

A primeira captura sobre o caso de Sobral foi realizada pela Polícia Militar em 2 de setembro, dando base para o aprofundamento das investigações. Segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Norte (DPJI-Norte), Marcos Aurélio Elias de França, após liberação da Justiça, as autoridades tiveram acesso ao seu aparelho celular, no qual foi verificada a existência de um grupo criado no WhatsApp com membros de uma facção criminosa.

Conforme as investigações, mensagens revelaram o objetivo específico de atacar os eleitores da candidata Izolda Cela que participaram dos seus eventos políticos. Os membros do grupo foram identificados e viraram alvo de mandados de prisão. Ao todo, são cinco: três em Sobral – dois já detidos e um foragido – e dois no Rio de Janeiro.

Os capturados pela Polícia são identificados como um homem de 31 anos e outro de 28 anos, com antecedentes criminais por tráfico de drogas e roubo de veículos. São cumpridos, ainda, 17 mandados de busca e apreensão relacionados ao caso em Itaitinga. 

Segundo o delegado, as ameaças saíram do ambiente digital e resultaram em episódios de agressões físicas, como as sofridas pelo ex-prefeito de Sobral e marido de Izolda, Veveu Arruda, e outro relacionado à explosão de rojões, que teriam acertado apoiadores da candidata e crianças.

Sobre a captura do suspeito em Jijoca de Jericoacoara, também há investigações em curso sobre suposta participação de facções criminosas. O suspeito teria compartilhado um comunicado coagindo moradores a não comparecer a um comício de um candidato a prefeito no município.

"O caso dele é algo mais do que uma simples ameaça. Ele está ameaçando o processo eleitoral, o Estado democrático de direito, e está impedindo o direito universal ao sufrágio. Além disso, há indícios de participação dele com organização criminosa, que nós iremos evoluir na investigação, por isso que ele não foi autuado. Nós instauramos o inquérito, vamos ouvir testemunhas, ele foi preso, conduzido para a delegacia e apresentado para a autoridade policial. Lá, nós iremos aprofundar para tentar identificar quem financiou e qual o interesse em fazer essa publicação", explicou Marcos França.

Os inquéritos serão encaminhados à Polícia Federal, que seguirá com as investigações cabíveis. 

*Sob supervisão de Jéssica Welma.