Manifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos três poderes da República — o Congresso Nacional, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto — em Brasília, neste domingo (8), após confronto com a Polícia Militar na Esplanada dos Ministérios.
A maioria dos participantes do ato estava com bandeiras do Brasil e camisas da seleção brasileira de futebol. Alguns deles usavam pedaços de pau e pedras para depredar patrimônio público nas invasões.
Policiais militares ainda tentaram conter os manifestantes com spray de pimenta, mas não tiveram sucesso e os grupos conseguiram avançar, inicialmente contra a área de contenção que cercava o Congresso. Parte do grupo também invadiu o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo, e o plenário do STF.
A Polícia também chegou a usar bombas de efeito moral para conter os protestantes.
Vidraças foram quebradas e houve pontos com fumaça. Além disso, um veículo da Força Nacional caiu no espelho d'água do prédio que guarda o Senado e a Câmara dos Deputados.
Nas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), garantiu que "haverá reforços" do Governo Federal para combater os atos. "Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer", disse o gestor, enfático.
O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), escreveu no Twitter que está em contato com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). "O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação".
O parlamentar afirmou, ainda, que repudia "veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência".
Nos prédios públicos, protestantes que exigem a intervenção militar destruíram bens públicos e emblemáticos, como, por exemplo, a porta do gabinete do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.
Lula convoca ministros
De acordo com O Globo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está em Araraquara, em São Paulo, convocou uma reunião de emergência, por vídeo, com ministros, para discutir os atos golpistas em Brasília.
Foram chamados, segundo o jornal, Flávio Dino, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Força Nacional
Nesta sexta-feira (7), diante da perspectiva dos protestos neste domingo, Dino adiantou a autorização necessária para a atuação da Força Nacional em Brasília.
Mais cedo, o ministro já havia dito que também orientou a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal sobre uma possível "guerra" que "impatriotas planejam fazer" na capital do Brasil.